26 de novembro de 2023 2:40 por Da Redação
Por Jeferson S, do Sociedade Militar
A autora Karin Schmalz, em um artigo para o Fair Observer, aborda a intrincada relação entre as Forças Armadas brasileiras e a figura de Jair Bolsonaro. Schmalz argumenta que, ao longo da história, as Forças Armadas no Brasil têm desempenhado um papel ativo e, muitas vezes, decisivo na política do país.
Ela ressalta a importância da educação militar, particularmente na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), na formação de uma mentalidade distinta entre os militares, frequentemente em contraste com as visões da sociedade civil.
A autora cita o antropólogo Piero Leirner, que descreve a ascensão de Bolsonaro ao poder como uma “guerra híbrida para voltar ao poder”, utilizando Bolsonaro como uma fachada. Esta perspectiva sugere que os militares, apesar de sua aparente distância da política civil após o regime militar, mantiveram uma influência significativa nos bastidores.
Schmalz discute como Bolsonaro, um militar da reserva com um histórico controverso dentro das próprias Forças Armadas, conseguiu angariar apoio de certos setores militares e da sociedade. Isso reflete as tensões entre as ambições políticas dos militares e o papel constitucional que eles devem desempenhar em uma democracia.
Além disso, Schmalz menciona figuras como o General Eduardo Villas-Bôas e o General Sérgio Etchegoyen, destacando como suas ações e declarações são indicativas da contínua interação entre os militares e a política no Brasil. A autora opina que, com a eleição de Bolsonaro, os militares encontraram uma maneira menos evidente de retornar ao poder, consolidando sua influência de forma mais sutil.