30 de novembro de 2023 6:16 por Da Redação
O que pode acontecer caso o colapso da mina 18 da Braskem, no bairro do Mutange, venha a ocorrer? O professor, arquiteto e urbanista Dilson Ferreira lista três possibilidades. Num primeiro cenário, caso a mina apenas acomode o solo, não haverá grandes problemas, porque a área já está isolada.
Num segundo cenário, se a mina colapsar e o teto dela vir a ceder, havendo dolinamento, ou seja, o surgimento de um sumidouro naquela região, o bairro de Bebedouro terá uma espécie de lago, com a água da Lagoa Mundaú.
O terceiro cenário, porém, é catastrófico. “Se essa água, que entrar nessa mina 18, vir a cobrir todas as outras minas que existem ali [são 35, no total], haverá um problema gigantesco, porque aí haverá um sismo e irá impactar outras áreas da cidade”, alerta.
Bioma também sofre séria ameaça
De acordo com o professor, essa água vai se misturar com a da lagoa, ampliar a salinidade por causa do material que existe nas cavernas, afetando todo o bioma. O problema, diz ele, pode se expandir para outras regiões da cidade, que apresentarão rachaduras nos imóveis. Ou seja, o raio de impacto da mineração da Braskem, que hoje alcança 7% da cidade, pode chegar a 15% ou até 20%.
Na opinião do professor, a Braskem deveria ter assumido a assistência às pessoas que foram obrigadas a deixar as suas à força e às pressas por conta da iminência do desabamento da mina, e não a Prefeitura de Maceió. O Município deixou seis escolas e os recursos humanos para atender às vítimas da petroquímica.
A prefeitura também ampliou os mapas das áreas de risco, após duas minas se tornarem ameaças às famílias maceioenses.