16 de janeiro de 2024 3:50 por Da Redação
Maceió terá a única creche do Brasil administrada pelo governo estadual, graças à recusa do prefeito JHC em receber a Creche Cria do Parque Linear na Grota do Cigano. O equipamento foi inaugurado pelo governador Paulo Dantas na última segunda-feira (15), após um ano de espera pela Prefeitura de Maceió, que sequer cedeu o terro para a obra. A unidade recebeu o nome de Centro Educacional Infantil Mônica Valéria Pimentel Cardoso e vai atender a 200 crianças.
O deputado federal Rafael Brito (MDB-AL), que era secretário de Estado da Educação quando o programa Creche Cria foi lançado, disse que vai denunciar a gestão municipal em Brasília pelo descaso com a primeira infância.
“Tem um ano que o governo de Alagoas tenta dar de presente a Creche Cria para a prefeitura, sem sucesso. Agora, pela primeira vez um governo estadual vai assumir a gestão de uma creche”, afirmou Brito, ao revelar que forem ofertadas 15 creches ao Município de Maceió. “Para eles, parece ser mais importante gastar milhões em eventos para tentar enganar e comprar consciências do que garantir um futuro sólido para nossas crianças”, alfinetou.
Conforme dados do Datasus e censo escolar, ano 2022, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a população de Maceió de 0 a 3 anos de idade corresponde a 36.982 pessoas, sendo apenas 3.473 matriculadas. Na pré-escola, ou seja, crianças com idade entre 4 e 5 anos de idade, existem 29.108 crianças. Desse total, 6.817 estão matriculadas.
“Prefeito Lacração”
O ex-prefeito de Maceió e atual secretário de Estado da Infraestrutura, Rui Palmeira, também cutucou o atual gestor municipal durante a inauguração da 53ª Creche Cria do estado. “O prefeito Lacração entregou duas creches e se recusa a receber esse equipamento público. Daqui a pouco, o governador vai entregar mais duas creches do Benedito Bentes. Pode recusar, JHC, porque o estado de Alagoas não vai deixar as mães maceioenses na mão”, disse ele.
Rui Palmeira aproveitou para tecer criticas à forma diferente como JHC trata as crianças maceioenses e a mineradora Braskem, responsável pelo afundamento do solo em cinco bairros de Maceió. “O município de Maceió não teve a capacidade de ceder um único terreno [para a construção da creche]. Já para a Braskem, o prefeito vendeu praça, vendeu escola, vendeu rua, vendeu calçada… é tudo da Braskem, através de um acordo absolutamente irresponsável. Mas, temos a esperança de que a CPI, instalada no Senado Federal, possa abrir a caixa preta nesse acordo vergonhoso JHC x Braskem”, acrescentou.