12 de fevereiro de 2024 9:22 por Geraldo de Majella
O ex-prefeito e ex-governador de São Paulo, médico por formação Ademar de Barros (1901-1969), esteve por três vezes no comando do Executivo paulista, uma vez como interventor e duas eleito governador. Era reconhecido pelos seus adversários e aliados como um administrador e realizador de obras monumentais, como o Hospital das Clínicas e a rodovia Anchieta. Iniciou as obras da rodovia Anhanguera em 1940.
Barros construiu o Estádio do Pacaembu, em parceria com o então prefeito de São Paulo, Prestes Maia, para ser utilizado na Copa do Mundo de 1942, que acabou não acontecendo por causa da Segunda Guerra Mundial. Inaugurou, em 1938, com presença de Getúlio Vargas, o túnel da Avenida 9 de Julho.
A expressão “rouba, mas faz” foi cunhada por Paulo Duarte, seu adversário político, que denunciava os valores exorbitantes das obras executados pelo governador paulista. A fama de corrupto de Ademar de Barros foi, certamente, a sua principal marca como político, maior que as suas obras que eram, e continuam sendo, importantes para São Paulo.
O engenheiro Paulo Maluf é outro personagem da política paulista que se notabilizou como construtor de grandes obras e, a exemplo de Adhemar de Barros, com preços superfaturados. A fama dele como corrupto e construtor de obras faraônicas lhe garantiu o cargo de prefeito da cidade de São Paulo e governador nomeado pelos militares. Na redemocratização, elegeu-se, pelo voto direto, prefeito de São Paulo.
Entre suas obras como prefeito da capital paulista estão as marginais Pinheiros e Tietê, o Elevado Presidente João Goulart e o Túnel Ayrton Senna.
Da mesma maneira que Adhemar de Barros ficou conhecido pelo bordão “rouba, mas faz”, Paulo Salim Maluf teve o seu nome convertido no verbo “malufar”, que significa roubar.
Esses dois fenômenos eleitorais oriundos de São Paulo, Adhemar de Barros e Paulo Maluf, são ainda hoje reconhecidos pelos seus feitos como políticos corruptos. Maluf, depois de várias décadas respondendo processos por corrupção, finalmente, foi condenado à prisão e teve milhões de reais repatriados de bancos suíços.
Adhemar de Barros não foi preso, mas, perdeu o mandato durante a ditadura militar e morreu rico, porém, no ostracismo político.
Será que em Alagoas, especialmente em Maceió, já houve algum gestor público que poderia ser comparado a esses dois administradores pelos altos preços das obras, custos altíssimos das compras municipais e, também, pelo uso máquina publicitária em benefício da sua imagem?
1 Comentário
Imagina se Alagoas tem políticos corruptos! Nuuuunca teve, os políticos alagoanos são exemplos de líderes impolutos, corajosos, honestíssimos!
(Deus acaba de me puxar a orelha: “Não exagera!”, me segredou.)