20 de fevereiro de 2024 11:46 por Da Redação
Depois de tentar, sem êxito, impedir a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Braskem, o senador Rodrigo Cunha (Podemos/AL) volta a atacar o senador Renan Calheiros (MDB/AL) que propôs a investigação sobre o crime socioambiental cometido em Maceió, pela petroquímica. Cunha tenta impedir que Calheiros seja indicado relator da Comissão, argumentando que a escolha de um nome que não seja alagoano dará mais credibilidade às investigações.
O relator deve ser escolhido na primeira reunião de trabalho da CPI, marcada para esta quarta-feira, 21, às 10h.
“Dentro do que foi conversado nas quatro paredes, gostaria em público que fique claro que nenhum senador do estado será o relator. Em busca de isenção, para não colocar em xeque a credibilidade da condução dessa CPI (…). Eu vou sair daqui extremamente insatisfeito se não tiver aqui formalmente e cabalmente dito por todos que Renan Calheiros não será o relator — afirmou Rodrigo Cunha, na primeira sessão da CPI.
O senador Renan Calheiros reagiu, descartando a argumentação do colega alagoano, que definiu como interferência nas suas ações como parlamentar.
“Não posso aceitar que limite meu mandato (…) E tenho certeza que o presidente Omar Aziz vai escolher o relator no momento adequado e aquele que possa melhor ajudar na investigação, que precisa ser feita urgentemente. O problema [em Maceió] continua” – afirmou Renan.
A condição proposta por Rodrigo Cunha foi contestada também pelo senador Otto Alencar (PSD-BA), que conduziu a reunião de instalação da CPI. Para ele, o relator pode ser isento mesmo que seja de Alagoas.
“É uma questão técnica, saber como foi que aconteceu isso [referindo-se aos danos ambientais no solo de Maceió]. Quem foi o técnico que autorizou a extração em demasia no subsolo? (…) Será escolhido o relator com a concordância de todos os componentes da Comissão Parlamentar de Inquérito” – afirmou o senador baiano.
A CPI da Braskem tem prazo de 120 dias para realizar a investigação sobre o desastre provocado pela extração do mineral sal-gema na capital alagoana. As consequências destrutivas da retirada do mineral, que começou nos anos 1970, começaram a surgir em 2018, com afundamento do solo e o surgimento de crateras nos bairros Pinheiro, Mutange, Bebedouro, Bom Parto e Farol. O prazo da investigação termina em 22 de maio próximo.
Além de Renan Calheiros, estão nas relatorias o próprio Rodrigo Cunha e os senadores Efraim Filho (União/PB) e Cid Gomes (PSB/CE).
Fonte: Agência Senado