quinta-feira 24 de outubro de 2024

Sentindo-se ‘traídas’, vítimas da mineração contestam ida de professora da Ufal à CPI da Braskem

Natallya de Almeida Levino teria obtido dados das vítimas para a Braskem sem estas saberem

4 de março de 2024 6:15 por Da Redação

Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

A Associação do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB) emitiu nota de repúdio pela participação da professora da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) Natallya de Almeida Levino na CPI da Braskem, que ocorre nesta terça-feira (5).

O desconforto das vítimas do maior crime socioambiental do mundo, provocado pela mineradora em Maceió é o fato de a professora ter desenvolvido uma pesquisa para a empresa Diagonal Empreendimentos e Gestão de Negócios.

A Diagonal foi contratada pela própria Braskem para elaborar o Diagnóstico Técnico-Participativo do Plano de Ações Sociourbanísticas (PAS) para Maceió. Este processo vem sendo contestado pelas vítimas do crime que motivou a criação da CPI.

O estudo desenvolvido pela professora Natallya de Almeida Levino foi realizado num acordo de parceria entre a Diagonal e a Ufal, por meio da Fundação Universitária de Desenvolvimento de Extensão e Pesquisa (Fundepes). O contrato firmado é no valor de R$ 82.262,87, em duas parcelas por dois meses.

O objeto do estudo foi a caracterização dos trabalhadores informais do antigo Mercado de Bebedouro e da população deslocada por gênero e raça, que subsidiou o processo de decisão no âmbito do acordo estabelecido no PAS, considerado abusivo pelas vítimas da mineradora.

“A pesquisadora, que até então estava ao lado de outros pesquisadores para demonstrar as inconsistências dos estudos da Diagonal e que cresceu em seu trabalho ao lado dos afetados pelo crime, recebeu colaboração desses afetados na busca de dados para suas pesquisas e, especificamente, neste trabalho sobre os feirantes do Mercado Público de Bebedouro recebeu colaboração, através de informações fornecidas por integrantes do MUVB e dos Feirantes afetados sem estes saberem que estavam gerando dados para a Braskem”, diz trecho da nota.

Leia a nota na íntegra:

A Associação do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB) expressa publicamente seu repúdio a participação da Professora da UFAL Dra. Natallya de Almeida Levino na CPI da Braskem. Esse posicionamento coletivo se dá diante da postura antiética que a mesma teve em relação às vítimas da Braskem quando desenvolveu a pesquisa intitulada: Caracterização dos trabalhadores informais do antigo mercado de Bebedouro, que foi financiada pela empresa Diagonal empreendimentos e gestão de negócios LTDA.

A pesquisadora, em abril de 2023, participou de um Dossiê com outros especialistas contestando o Diagnóstico socioeconômico apresentado pela Diagonal, empresa contratada pela Braskem e que é suspeita por ter relações escusas com a mineradora. Poucos meses depois a Professora Dra. Natallya Levino que teceu duras críticas ao trabalho da Diagonal é contratada pela mesma empresa pra realizar pesquisas com pessoas afetadas pelo crime da Braskem.

A pesquisadora que até então estava ao lado de outros pesquisadores para demonstrar as inconsistências dos estudos da Diagonal e que cresceu em seu trabalho ao lado dos afetados pelo crime, recebeu colaboração desses afetados na busca de dados para suas pesquisas e especificamente neste Trabalho sobre os Feirantes do Mercado Público de Bebedouro recebeu colaboração através de informações fornecidas por integrantes do MUVB e dos Feirantes afetados SEM ESTES SABEREM QUE ESTAVAM GERANDO DADOS PRA BRASKEM.

Por todo o exposto, a pesquisadora colheu dados para o estudo financiado pela Diagonal contratada pela Braskem que foi a responsável pelo crime socioambiental que os afetou. Essas pessoas atingidas colaboraram com a pesquisa SEM SEREM INFORMADOS que quem estava por trás desse estudo é a própria empresa que lhes causou o dano. Dessa forma as vítimas da Braskem foram desrespeitadas e por isso reprovam a participação da pesquisadora na CPI da Braskem devido à falta de conduta ética traindo a confiança das vítimas.

Maceió, 03 de março de 2024

Diretoria da Associação do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem

Please follow and like us:
Pin Share

Mais lidas

Cultura reúne artistas musicais para novo cronograma do 6º Festival Em Cantos de Alagoas

4 de março de 2024 6:15 por Da Redação A Secretaria de Estado da

TRE proíbe motorista de aplicativo de colar adesivo de candidatos

4 de março de 2024 6:15 por Da Redação Veículos cadastrados em aplicativos de

Eleições 2024: cresce em 78% o número de eleitores menores de 18 anos

4 de março de 2024 6:15 por Da Redação Por Iram Alfaia, do portal

Eleitores vítimas da Braskem são orientados a buscar novos locais de votação

4 de março de 2024 6:15 por Da Redação A mineração predatória que a

4 de março de 2024 6:15 por Da Redação   Dados de Projetos Esportivos

Senador vê desprendimento na renúncia de Joe Biden

4 de março de 2024 6:15 por Da Redação O senador alagoano Renan Filho

Técnicos da Ufal avaliam proposta do governo para por fim à greve que pode chegar

4 de março de 2024 6:15 por Da Redação   O Sindicato dos Servidores

Além da pressão dos aliados, JHC tem agora que enfrentar ação no MP por R$

4 de março de 2024 6:15 por Da Redação Na busca para reeleger-se, o

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *