9 de março de 2024 8:32 por Geraldo de Majella
Por Geraldo de Majella
A imagem do prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (JHC), vem sendo construída com profissionalismo desde quando se elegeu deputado estadual. Orientado pelo marketing, escolheu alvos com repercussão midiática e ascendeu eleitoralmente. Também é voz corrente, nos bastidores, que milhões foram injetados em suas campanhas.
Impôs o estilo personalista que se consolida dia a dia sem precisar, até o momento, constituir grupo político e repartir o poder. Faz carreira solo.
A onda antipetista e de extrema-direita inflada nas mídias e redes sociais o encontrou em posição privilegiada na Câmara Federal. Optou, sem relutar, pela candidatura de Bolsonaro. Identificação à primeira vista. JHC abraça as pautas da extrema-direita.
Eleito deputado federal pela legenda do PSB, na primeira oportunidade, a eleição de Bolsonaro, assinou a ficha do PL.
Em público, é apresentado como religioso, “bom moço” e de família. Esse é o script encenado pela extrema-direita. Não é dado a rompantes públicos, é matreiro e sabe calcular cada passos a ser dado.
Se utiliza das práticas fisiológicas na política, como o compadrio. Essas são características e estilos para entender o quanto JHC é perigoso e o quanto não pode ser desdenhado pelos adversários.
O domínio que exerce sobre a Câmara Municipal de Maceió, associado à sua imagem e um farto duodécimo, dissimula uma pretensa autonomia do Poder Legislativo, o que é falso.
A projeção para Maceió e para Alagoas de JHC, é, depois da ditadura militar, quem pior exerceu o Poder Executivo. É centralizador, personalista e tem despertado na oposição e nas mídias sinais claros do gestor que superfatura obras públicas. Suspeitas levantadas pela oposição sem que o prefeito tenha rebatido as denúncias apresentando dados convincentes.
Tem se apropriado do discurso messiânico como mecanismo de dominação, uma das práticas da extrema-direita. O descompromisso com a gestão pública e a busca desenfreada pelo poder são características típicas da sua personalidade.
JHC, no campo administrativo, pode superar em pouco tempo e com tão pouca idade o ex-governador de São Paulo, Paulo Salim Maluf, notabilizado como o gestor que mais elevou os preços das obras públicas no Brasil à época. Maluf, hoje, é um político moribundo condenado pela justiça brasileira. Pelas graves condições de saúde, cumpre pena em prisão domiciliar.
JHC não pode ser subestimado, é um perigo para Maceió e Alagoas.
P.S.: Os jovens não sabem quem é Paulo Maluf, é como se tivéssemos falando da pré-história brasileira. As informações necessárias são encontradas no Google.
2 Comentários
Existe um agravante que é que a oposição não têm nomes, porque, enquanto a situação, tem às mãos poder e dinheiro, vive diariamente às vistas do eleitorado, o outro lado, com pouquíssima gente em relativa relevância, vive os 4 anos ausentes aos olhos e ouvidos do Eleitorado, Lembro que a última vez que numero significativo de progressistas foi eleito, em Maceió, incluindo um Prefeito, Djalma Falcão, havia ativismo e participação em Sindicatos Associações de Classe, Associação de Moradores, no Teatro, na música, nas escolas secundárias e Universidade. Há décadas a oposição vive afastada até que chegue o 2o semestre de um ano eleitoral. Deu no que tá dando, tanto que vemos nomes risíveis serem cogitados para ser o candidato de Oposição formada por Partidos que outrora já tiveram o nome de Povo. Ainda vai levar anos….
Ótimo texto JHC x Paulo Maluf são cara e coroa as duas faces de uma mesma moeda