18 de março de 2024 3:52 por Da Redação
Não é apenas o historiador Geraldo de Majella, do 082 Notícias, que o prefeito de Maceió, JHC, tenta silenciar por meio de ação judicial. A atitude autoritária do prefeito que tenta se blindar das críticas à sua administração atingem ainda o jornalista Cadu Amaral e o também historiador Gustavo Pessoa.
João Henrique Caldas sentiu as críticas e apelou para o que o Sindicato dos Jornalistas de Alagoas (Sindjornal) bem definiu com “lawfare”, ou seja, “uma prática de utilizar o sistema jurídico como arma para perseguir e destruir opiniões contrárias via ações judiciais, com intimidações, censura e indenizações” (leia a nota na íntegra no final do texto).
JHC não gostou das críticas – fundamentadas, é claro – ao descaso com a população de Maceió, enquanto o Município destinou R$ 8 milhões ao desfile da escola de samba Beija-Flor, oitavo lugar no Carnaval 2024 do Rio de Janeiro. Faltam creches na capital alagoana, por exemplo. E artistas da terra penam para receber míseros cachês enquanto estrelas nacionais de gosto duvidoso recebem cifras milionárias para as festas regadas a dinheiro público.
As ações do prefeito foram um tiro no pé, pois, além do Sindjornal, causaram indignação de pessoas e instituições que marcham no campo democrático, além de expor a face mais autoritária do gestor da capital alagoana.
Solidariedade
O deputado federal Paulão prestou solidariedade aos historiadores Geraldo de Majella e Gustavo Pessoa, além do jornalista Cadu Amaral, ao que ele chama de tentativa de censura do prefeito JHC. “É alarmante e inaceitável que um gestor público busque silenciar críticos e oposição através de medidas judiciais autoritárias”, afirmou.
O jornal A Voz do Povo posicionou-se contra a tentativa de silenciamento promovida pelo prefeito bolsonarista de Maceió. “A liberdade de expressão e a liberdade de imprensa são direitos soberanos que costumam ser atacados por políticos que flertam com o fascismo. Não seremos silenciados e seguiremos denunciando o desastre de sua gestão!”, denuncia o texto nas redes sociais da publicação.
O partido Unidade Popular também se somou às vozes solidárias contra o ataque de JHC à imprensa alagoana. “Enquanto persegue profissionais da comunicação e estudiosos que denunciam suas ações como gestor público, o prefeito virtual gasta milhões em propaganda para maquiar os problemas da nossa cidade. Só em 2023, a prefeitura gastou R$ 73 milhões. E neste ano eleitoral, já se foram R$ 15 milhões torrados, sendo R$ 7 milhões nos últimos 15 dias”.
Veja outras manifestações:
Presto minha solidariedade ao historiador Geraldo Majella, processado pelo prefeito de Maceió João Henrique Caldas por apontar as falhas de sua gestão em Maceió, através do portal @082noticias.
Majella é uma importante voz em defesa da democracia e justiça social, combateu a…
— Ronaldo Medeiros (@dep_ronaldom) March 15, 2024
O Prefeito de Maceió processou um jornalista (Cadú Amaral) e dois historiadores (Geraldo de Majella e Gustavo Pessoa) na mesma semana.
O irônico é que em um desses processos, o que incomoda o Prefeito é associá-lo a atos antidemocráticos, e o que ele faz? Tenta censurar.
— Teca Nelma (@TecaNelma) March 15, 2024
Leia na íntegra a nota do Sindjornal:
NOTA DE SOLIDARIEDADE
O Sindicato dos Jornalistas de Alagoas se solidariza e sai em defesa do jornalista Cadu Amaral, filiado a nossa entidade, que foi injustamente processado pelo prefeito de Maceió, João Henrique Caldas – JHC, após publicar um vídeo sobre o investimento com dinheiro do município no desfile da Escola de Samba Beija-Flor no Rio de Janeiro. A liberdade de expressão é um direito constitucional e seguimos ao lado dela.
Além de Cadu Amaral, nesta sexta-feira veio a público que dois historiadores também estão sendo alvo de processos semelhantes movidos pelo prefeito. Isso claramente se desenha como “lawfare”, que é uma prática de utilizar o sistema jurídico como arma para perseguir e destruir opiniões contrárias via ações judiciais, com intimidações, censura e indenizações.
O Sindjornal combate o “lawfare” por entender que é uma tentativa perigosa de calar o jornalismo, a liberdade de expressão e a opinião pública, práticas tão necessárias para o pleno exercício da cidadania e da democracia. Estamos ao lado do nosso filiado, ao mesmo tempo, em que também nos solidarizamos com os historiadores Geraldo Magela e Gustavo Pessoa, alvos dos processos.
SINDICATO DOS JORNALISTAS DE ALAGOAS
Ataque à liberdade de imprensa
O Movimento Unificado das Vítimas da Braskem também manifestou solidariedade ao historiador Geraldo de Majella, denunciando que o ato do prefeito JHC é uma perseguição e tentativa de censura e ataque à liberdade de imprensa.
NOTA EM DEFESA DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO E DA LIBERDADE DE IMPRENSA
O MUVB – Associação do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem defende a liberdade de expressão e da liberdade de imprensa como direitos democráticos imprescindíveis para sua luta em defesa das vítimas da Braskem e contra as atrocidades praticadas contra a cidade de Maceió e sua população.
Com essa compreensão torna pública a sua indignação à perseguição feita ao historiador e jornalista Geraldo de Majella por meio da ação do Prefeito de Maceió em tentar censurar o O82 Notícias por denunciar os abusos cometidos pela Prefeitura de Maceió.
Expressamos nosso total apoio ao Geraldo de Majella que através do canal 082 Notícias vem prestando um serviço de informação de excelência aos alagoanos, educando para a cidadania e para a defesa dos direitos da população que são constantemente violados. Repudiamos qualquer repressão à imprensa livre e comprometida com a verdade e ao lado dos que lutam por justiça.
Maceió, 16 de março de 2024.
Diretoria
MUVB – ASSOCIAÇÃO DO MOVIMENTO
UNIFICADO DAS VÍTIMAS DA BRASKEM