21 de março de 2024 8:44 por Da Redação
Dois maceioenses diretamente envolvidos no Caso Pinheiro juntaram suas vozes, esta semana, para afirmar que o coordenador municipal da Defesa Civil, Abelardo Nobre, mentiu em seu depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado Federal que investiga o crime ambiental praticado pela petroquímica Braskem, na capital alagoana.
Depois do sindicalista Maurício Sarmento, membro do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB), agora foi o professor Abel Galindo, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), quem fez a mesma afirmação.
Segundo o professor, o coordenador da Defesa Civil contestou informações suas acerca do raio de influência de uma das 35 minas de sal-gema que a Braskem explorava em Maceió, de modo a justificar sua decisão de retirar às pressas famílias inteiras de suas casas. A medida beneficiou diretamente a Braskem.
A retirada foi considerada absurda pelo professor Abel Galindo, que é engenheiro civil, já que essas pessoas estavam em áreas seguras, em relação a mina 18 , que afundou em dezembro último.
Um exemplo estarrecedor, foi a retirada do procurador federal Cássio Araújo, morador da rua Belo Horizonte, número 1.141, cujo imóvel está localizado a 1.250 metros de distância da mina 18.
“A área que iria afundar só teria um raio máximo de apenas 100 metros e localizava-se as margens da Lagoa Mundaú. Isso foi um absurdo comandado pelo Sr. Abelardo Nobre. Nesse evento da mina 18, aconteceram muitos casos semelhantes de retirados de pessoas que moravam a mais de 500 metros da mina 18” – reclama o pesquisador.
Para ele, que é um dos primeiros pesquisadores a apontar a mineradora Braskem como responsável pelo afundamento do solo em cinco bairros da capital, Abelardo Nobre cometeu um absurdo contra os moradores das áreas destruídas pela mineração.
Foram atingidos moradores de 23 imóveis que ainda resistiam em permanecer na área de desocupação determinada pela Defesa Civil em 2020.
Mentiras
Já o sindicalista Maurício Sarmento chamou de inverídicas as informações que Abelardo Nobre apresentou aos senadores que integram a CPI da Braskem, especialmente ao relator, Rogério Carvalho (PT/SE).
Como exemplo citou a afirmação do coordenador municipal de Defesa Civil, de que a Prefeitura de Maceió tem oferecido programas de reparação de danos.
“As casas nos Flexais continuam rachadas, e isso é do conhecimento da Prefeitura, a quem nós entregamos os relatórios que apontam a mineração como causa. Desconhecemos programas de reparação. Aquela população continua sem saída” – afirmou Sarmento.