quarta-feira 8 de maio de 2024

Golpe de 1964 destruiu projeto de país e não pode ser esquecido, diz João Vicente Goulart

Filho do presidente deposto relembra o dia 1º de abril daquele ano e defende que ações de memória devem ser mantidas
O presidente João Goulart discursa na cerimônia de instalação da Eletrobras, em 1962, no Rio – Foto: EBC

O golpe de 1º de abril de 1964 “atrasou o desenvolvimento social do país em 50 anos”. Essa é a avaliação de João Vicente Goulart, filósofo e político brasileiro filiado ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB), sobre a consequência dos 21 anos de ditadura no Brasil. João Vicente relembra como foi aquele dia 1º e critica as propostas de “deixar pra lá” a memória do golpe.

Para ele, qualquer ideia de que o golpe ficou para trás, como recentemente defendeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não pode ser levada a sério, sobretudo pelas graves consequências que o golpe trouxe ao povo brasileiro.

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“Esses 60 anos do golpe de estado de 1964 é o momento de relembranças. Eu acho que o Brasil não pode esquecer o seu passado para conhecer o seu futuro. Temos visto algumas pessoas dizerem que 1964 está na história, não vamos remoer o passado, mas não se trata de remoer o passado, se trata de conhecer a verdade. A verdade é que se destrói um projeto de nação, não se dá apenas um golpe no governo João Goulart. É um golpe de estado num projeto de nação que estava em desenvolvimento, com as melhores mentes brasileiras que agiam naquele momento como ministro, como chefe da casa civil”, avalia.

João Vicente relembra aquele momento, vivido com apenas 7 anos de idade, com um misto de força e angústia. “Foi um dia diferente, malas correndo, fechadas apressadamente. Nós sempre que viajávamos, com tranquilidade assim, a gente levava os cachorros, a gente levava os nossos brinquedos que tínhamos ali. Nada disso estava acontecendo. Pessoas correndo, embarcamos rapidamente, minha mãe fez uma mala por cada um”, conta.

“Nós morávamos na Granja do Torto, nós nunca moramos lá no Palácio da Alvorada, o pai não gostava de lá. E esse dia era um dia diferente do habitual. Pessoas correndo, políticos passando lá, a minha mãe estava conosco lá, não fomos ao colégio. Chegou o professor Darcy Ribeiro, que era chefe da casa civil do governo João Goulart e conversou naquele dia, muito tempo, com a minha mãe dizendo: ‘Olha, Maria Tereza, o Jango tá vindo pra Brasília, pra ver o que que acontece, mas já existem tropas…'”, continua.

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