Por Poder 360
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou no último dia 22 o Acredita, o programa de crédito e renegociação de dívidas para pequenos negócios. A medida provisória é direcionada a MEIs (microempreendedores individuais), microempresas e empresas de pequeno porte.
O programa Acredita terá 4 eixos:
- Acredita no 1º passo – microcrédito para CadÚnico;
- Acredita no seu negócio – Desenrola Pequenos Negócios e ProCred 360;
- Acredita no crédito imobiliário;
- Acredita no Brasil sustentável.
No eixo “Acredita no seu negócio”, o governo criou um programa de renegociação de dívidas para pequenos empreendedores e ampliou a carteira de crédito. O Desenrola para empresas, apesar do decreto determinar que tem validade a partir da publicação da MP, ainda está sendo implementado pelos bancos. Já o ProCred 360 deve entrar em vigor em 60 dias.
1. DESENROLA PEQUENOS NEGÓCIOS
Inspirado no Desenrola Brasil, o novo programa vai promover a renegociação de dívidas bancárias voltado para pequenos empreendedores. A iniciativa tem como objetivo incentivar a renegociação de dívidas em melhores condições e potencializar a capacidade de concessão de empréstimos.
- público-alvo: MEIs, microempresas e empresas de pequeno porte;
- quando: o programa está em vigor desde a publicação da MP e vale até 31 de dezembro de 2024;
- como: negociação direta entre o cliente e o banco, com aptidão imediata para crédito. As dívidas renegociadas até o fim de 2024 poderão ser contabilizada como crédito presumido dos bancos de 2025 a 2029. Os créditos presumidos são uma espécie de incentivo do governo concedido às instituições financeiras;
- descontos: serão parecidos com a faixa 2 do Desenrola Brasil, com média de 40% sobre a dívida, podendo chegar até 90%.
2. PROCRED 360
É uma nova modalidade de crédito aos empreendedores não atendidos pelo Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte) efetivamente. O programa tem potencial para alavancar R$ 12 bilhões em empréstimos.
- público-alvo: MEIs e microempresas;
- quando: o programa é permanente. Bancos começarão a oferecer crédito em até 2 meses, tempo estimado para mudanças necessárias no estatuto do FGO;
- como: o crédito deve ser solicitado direto no banco. O pagamento será feito em até 60 vezes. O FGO (Fundo Garantidor de Operações) será R$ 4 bilhões;
- taxa de juros: taxa Selic (10,75%) + 5% ao ano;
- condições de crédito: as empresas lideradas por mulheres podem pegar empréstimos com valores equivalentes a 50% do faturamento do negócio no ano anterior. O limite de crédito das demais empresas é de até 30% do faturamento do ano anterior.
3. BOLSA FAMÍLIA
O Acredita também estabeleceu uma política de microcrédito produtivo orientado para pessoas inscritas no CadÚnico que empreendem ou querem empreender. Pelo menos metade das concessões deve ser destinada a mulheres.
- público-alvo: famílias de baixa renda inscritas no Cadastro Único, informais, pequenos produtores rurais que acessam PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), Fomento Rural que empreendem ou querem empreender.
- quando: o programa será permanente, com expectativa de início em julho;
- como: vai impulsionar a aplicação de recursos em microcrédito produtivo para pessoas físicas e para empreendimentos de pessoas físicas inscritas no CadÚnico, a partir do uso de até R$ 500 milhões do FGO-Desenrola Brasil.
4. PRONAMPE
O programa criado na pandemia sofreu alterações com a MP publicada pelo governo. A partir da medida, quem está inadimplente com o Pronampe poderá renegociar essas dívidas com os bancos, mesmo depois da honra das garantias, permitindo que estes empresários voltem a acessar o mercado de crédito.
A medida também cria um limite expandido de concessão de crédito (50% do faturamento bruto anual) para empresas que tenham mulheres como sócias majoritárias ou sócias administradoras.
- público-alvo: MEIs, microempresas e empresas de pequeno porte;
- quando: as mudanças valem a partir da assinatura da MP e será permanente;
- como: R$ 3 bilhões do FGO devem seguir disponíveis para garantir o Pronampe tradicional, o que pode assegurar quase R$ 20 bilhões em novos empréstimos.