Por Elisa Moraes*
Os jornais de Alagoas, na última semana, têm falado muito sobre a notícia de que a Prefeitura de Maceió irá derrubar árvores na região do Flexal, em Bebedouro.
Quando me deparo com essas notícias de derrubada de árvores, sempre penso: o ser humano nunca aprende, é uma necessidade de autodestruição que nós temos.
O Estado do Rio Grande do Sul vive, nos últimos dias, em estado de calamidade pública por causa das chuvas e enchentes. Dezenas de pessoas mortas e outras dezenas desaparecidas, animais como cavalos, vacas e bois, que vivem nas regiões de pasto próximas a rios morrendo afogados. Isso é culpa de quem? Do próprio ser humano.
E o que isso tem a haver com a derrubada das árvores no Flexal? Simples, a derrubada de milhares de quilômetros de árvores nativas e centenárias no Brasil para dar espaço à expansão da agropecuária é um dos motivos que contribuem para o aquecimento global, fora o próprio metano que é liberado pelo gado.
Então, a Prefeitura de Maceió e Braskem, com seu plano milagroso de “tentar” revitalizar o Flexal, já vêm com um crime, derrubar árvores centenárias (como a da foto que ilustra este texto).
O plano de revitalização do Flexal deveria ser, primeiro, preservando o meio ambiente da região e sua história. Sim, história! Essas árvores centenárias da Tobias Barreto possuem relevância histórica e cultural, elas integram a história de Bebedouro. Derrubar estas árvores é perder também o que se chama de patrimônio genético.
Não é a natureza que precisa se adequar ao ser humano, é preciso o ser humano criar se adequando onde já há a natureza.
A Prefeitura de Maceió precisa pensar em estratégias que preservem e protejam as árvores centenárias e não sair em busca de soluções cruéis e criminosas com a natureza.
*É advogada