6 de maio de 2024 5:58 por Da Redação
Por Anivaldo Miranda
A realidade já comprova que construir estações sanitárias elevatórias em áreas residenciais não é a melhor solução, como a que implantaram na praça 13 de Maio, no Poço, assim como a que instalaram na Praça Lions, na Pajuçara, e na área verde do Conjunto Arnon de Mello, próxima da “Feirinha da Jatiúca”.
Nas três, a qualidade de vida dos moradores segue, até hoje, incrivelmente comprometida. E que, consequentemente, desvalorizam os imóveis nos entornos. Barulho e mau-cheiro são insuportáveis, inclusive. Claro que a cidade cresce e precisa se desenvolver, mas não é tolerável se afetar negativamente a comunidade.
Com a implantação da Salgema/Braskem, o fluxo imobiliário fugiu dos bairros do Sul de Maceió, como o Trapiche, o Pontal da Barra e até o Centro da cidade, incluindo as praias do Sobral e da Avenida.
Assim, consequentemente, o mercado imobiliário migrou para o Litoral Norte, onde a tranquilidade e o estilo de vida foram os fortes atrativos para que loteamentos horizontais surgissem, principalmente em Guaxuma e Garça Torta.
Apesar do severo código que limita o numero de andares para edificações, enormes prédios vêm sendo construídos nestes bairros, literalmente na beira-mar, onde mangues existem para preservar inúmeras espécies animais, inclusive com específicos locais de desova de tartarugas-marinhas, ameaçadas de extinção.
Com o surgimento de vários condomínios horizontais, as áreas verdes foram e estão sendo desmatadas, deixando inúmeras espécies sem habitat. Aqui nos loteamentos Guaxuma e Gurguri, existe uma única área verde, refúgio de saguis, araras, tucanos entre outros pássaros, sapos, e até uma pequena raposa habitam.
E qual foi nossa tristeza, quando soubemos que esta área verde sofreria desmatamento parcial para a duplicação da rodovia AL-101 Norte. Conseguimos acordo com o Governo do Estado e com o Ministério Público Estadual para modificar o projeto, preservando integralmente esta aqui citada área verde.
E surpresa ainda maior quando soubemos de projeto da Prefeitura de Maceió para implantar na praça Professor Paulo Décio, a única do Loteamento Gurguri, uma estação elevatória de esgoto. Uma comissão de moradores contactou os órgãos municipais envolvidos e, para evitar que nossa praça fosse transformada numa estação sanitária de esgoto para atender todos os edifícios já construídos e os que estão por construir, contratamos empresa pernambucana de engenharia sanitária, que, após estudos e projetos, concluiu que há uma área mais propícia para se construir esta estrutura sanitária.
Todos os documentos e laudos foram entregues aos órgãos municipais e, outra surpresa, nesta semana a colocação da uma placa indicando que a estação elevatória será realmente construída na área verde do Gurguri, indo incrivelmente de encontro à opinião da comunidade local.
O projeto proposto pela empresa pernambucana de engenharia sanitária contratada por nós, moradores, sairá mais barato que o indicado pela Prefeitura de Maceió. Com importante ponto: preservará o Meio Ambiente, mantendo a única área verde, pública, desta parte do Litoral Norte da capital alagoana.
Assim, nós moradores, contamos com o fundamental apoio da Imprensa para revertermos este absurdo projeto que só atende aos interesses comerciais do mercado imobiliário, mesmo que prejudique a qualidade de vida dos moradores, que pagamos nossos impostos e merecemos ser ouvidos, já que seremos violentamente atingidos e prejudicados.
*É jornalista