Há pouco menos de uma década, a China pôs em prática um projeto ambicioso para revolucionar suas cidades. A ideia era proteger suas populações dos riscos trazidos por enchentes, que se tornariam cada vez maiores por causa das mudanças climáticas
Isso ocorre por meio de medidas que vão desde a construção de estradas e calçadas com materiais permeáveis a telhados verdes e zonas de amortecimento (ou tampão) de vegetação. O concreto permeável pode reduzir o escoamento da água da chuva pela superfície, que ainda pode ser armazenada em reservatórios subterrâneos para ser descarregada em rios ou purificadas.
Estudo publicado na revista científica Elsevier analisou projetos de cidades-esponja em diferentes cidades chinesas como Shanghai, Zhoushan, Suzhou Xi’an. A pesquisa indicou que os jardins de chuva melhoram o escoamento em cercar de 70%.
Limitações
O Banco Mundial calculou em 2021 que 67% da população chinesa vivia em áreas propensas a inundações de 640 cidades. O país determinou que até 2030, 80% das áreas urbanas sejam do tipo “esponja”, absorvendo e reutilizando 70% das águas das chuvas torrenciais.
As trinta cidades escolhidas para implementar projetos desse tipo vão receber subsídios anuais de 400 milhões a 600 milhões de yuans (de R$ 282 milhões a 420 milhões).
No relatório de trabalho do governo apresentado pelo premiê Li Keqiang à Assembleia Nacional Popular em 2017, foi incluída a ideia como prioridade. O relatório propôs “iniciar a construção de mais de 2.000 quilômetros de corredores de tubulações subterrâneas urbanas, iniciar uma ação de três anos para eliminar as principais seções propensas a inundações em áreas urbanas e promover a construção de cidades-esponja”, observou o primeiro-ministro Li Keqiang no relatório.