3 de junho de 2024 2:28 por Da Redação
O prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o JHC (PL), candidato à reeleição, é tratado pelos mais próximos — são poucos que desfrutam da proximidade ou dividem opiniões — como o vencedor do próximo pleito. O prefeito, no último ano, não deu atenção aos seus “aliados”. A estratégia colocada em ação é de que ele é o líder nas pesquisas e que entorno depende de suas ações administrativas ou de sua benevolência.
A agenda diária é dedicada às gravações para as redes (anti)sociais, que têm sido utilizadas como nunca se imaginou em Maceió. Nesse campo, ele tem sido imbatível até o momento.
A fila de espera de candidatos a vice-prefeito é conhecida, com quatro nomes: o ex-deputado Davi Davino Filho (PP), a secretária de Educação Jó Pereira (PP), o secretário de Saúde, Luiz Romero (PP) e o senador Rodrigo Cunha (Republicanos). O prefeito, unicamente, conduz as conversas para escolher o nome do vice-prefeito.
É um comportamento típico de quem tem certeza da vitória e que seus “aliados” já foram contemplados com as benesses traduzidas em cargos, secretarias, obras e a promessa de polpudas quantias do Fundo Partidário, que é a última esperança para a salvação dos vereadores candidatos à reeleição e de alguns poucos escolhidos.
Impávido, JHC caminha em direção à vitória sem se preocupar com os que, na atividade política, atendem pelo nome de aliados. Para JHC, essa fatura já vem sendo quitada.
Como acontece a traição
Toda traição tem mais de um motivo, dizem os políticos profissionais. O cenário armado pelo prefeito de Maceió segue um roteiro conhecido. Traição tem alguns ingredientes básicos: dinheiro e poder e, em determinadas circunstâncias, sexo, o que não é o caso em questão.
Cenário nº 1:
Davi Filho foi adversário de JHC nas eleições municipais de 2020. Então aliado do deputado Marcelo Victor, nas eleições de 2022, desta vez sob a liderança do deputado Arthur Lira (PP), foi lançado candidato a senador para enfrentar Renan Filho. Foi bem votado e ficou em segundo lugar.
O acordo firmado entre JHC e Arthur Lira era para Davi ser o vice-prefeito, fato de conhecimento público.
Cenário nº 2:
Um consórcio formado pelo deputado Alfredo Gaspar, o empresário Marcelo Martins (Marcelino Cabeção) e o médico e empresário Luiz Romero Farias indicou Farias como secretário de Saúde da Prefeitura de Maceió. Alfredo Gaspar, derrotado no segundo turno das eleições de 2020 por JHC, realizou o acordo triangular e ainda empregou o filho na prefeitura. O médico Luiz Romero é o candidato a vice-prefeito desse grupo.
Cenário nº 3:
A secretária de Educação, Jó Pereira, é prima e faz parte do grupo de Arthur Lira. É tida como uma reserva técnica pronta para ser candidata a vice-prefeita, caso o nome de Davi não seja aceito pelo prefeito JHC.
Cenário nº 4:
O senador Rodrigo Cunha é pule de dez, como se diz no turfe quando o cavalo é muito superior aos demais e sua vitória é tida como certa. Esse é o estágio em que se encontra o nome do senador Rodrigo Cunha. A primeira suplente do senador é a médica Eudócia Caldas, mãe do prefeito. Esse é o desenho da traição política tida pelos experientes como certa.
Davi Filho, Arthur Lira e os quatro nomes possíveis: três são filiados ao Partido Progressista (PP) e apenas um tem cacife eleitoral para disputar a Prefeitura de Maceió. Nos planos futuros definidos por Lira, Maceió é central, mas, para tanto, o comando da prefeitura terá que ser de seu aliado.
O dia 5 de junho é o prazo final para quem exerce cargo no Poder Executivo se desincompatibilizar para ser candidato. Davi Filho entregará sua carta de demissão ao prefeito JHC para ficar apto a concorrer à sucessão de JHC.
JHC é destemido e pode enfrentar o deputado Arthur Lira, indicando o senador Rodrigo Cunha e recebendo, caso seja reeleito, o mandato de senador para sua mãe.
Os vereadores, espécie insaciável da fauna política, nos bastidores querem mais benesses. Mas, para que ocorra o aumento desmedido, é importante que a candidatura de Davi Filho se concretize. Para Arthur Lira também, é o que pensam seus aliados.