Quem passa pela Barão de Jaraguá e pela Sá e Albuquerque vê tapumes cercando parte do pátio ferroviário de Jaraguá e seu maior edifício. É obra da Prefeitura de Maceió que, desde o fim da gestão do Rui Palmeira, e por todos os quase 4 anos de JHC, passou a ser responsável pela área.
O prédio vinha sofrendo desabamentos parciais da coberta e só funcionava como criatório de mosquitos, perdendo aquilo que o Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional (Iphan) tanto prenunciou como possibilidade desde a frutuosa gestão de Mário Aloísio como superintendente: um polo cultural que apoiasse e fomentasse a retomada do bairro histórico como atrativo. O Iphan, para quem não sabe, é responsável legal por fiscalizar aquele edifício, considerado bem do Patrimônio Ferroviário especialmente protegido.
É um edifício comemorado entre pesquisadores arquitetos como de excepcional valor histórico por ser quase o único da cidade em arquitetura de ferro fundido importado da Europa entre fim do século XIX e início do século XX.
Mas, apesar do Iphan, o fiscalizador da conservação do edifício, ter sua sede defronte, vimos nos últimos dias o destelhamento total dele sem antes implantar uma coberta provisória – e em época e dias de muita chuva. Ora, o Iphan é conhecido por zelar ao ponto de exigir que moradores de áreas tombadas ao mexer com manutenção de telhados, exija a coberta provisória, fez o mesmo para com a Prefeitura de Maceió?
E, a Prefeitura de Maceió, que tem obrigação de igual cuidado, porquê estaria prejudicando aquele edifício histórico com tamanha falta de cuidado? O mal exemplo, segundo especialistas com quem conversamos, levará à potencialidade de patologias naquela edificação, que já sofre com grandes perdas de rebocos e alvenarias, além da importante estrutura de ferro fundido ter acelerado processo de oxidação e maiores perdas…
A palavra fica com o Iphan acerca da fiscalização e notificações, com a Prefeitura acerca do mal exemplo e dano que está causando naquele Bem que deveria proteger e com o Ministério Público Federal que pode instar a cobrar de todas as partes que porventura não estejam devidamente agindo para um bem protegido em nível federal.