Por Maurício Sarmento*
A insensibilidade social com os moradores dos Flexais, Bom Parto, Quebradas e parte da Rua Marquês de Abrantes persiste. Comunicado recente do MPF em Alagoas revelou a desconexão entre a vontade dos moradores e as imposições de burocratas insensíveis ao sofrimento de cerca de 7.500 residentes que não aceitam as soluções propostas e lutam por seus direitos.
Todos os laudos oficiais, incluindo os da Defesa Civil de Maceió e do próprio MPF, confirmam a necessidade de realocação das comunidades. Entretanto, o MPF e a Defesa Civil, integrantes de um comitê, defendem posições contrárias aos seus laudos e aos desejos da população, alinhando-se aos interesses da Braskem, responsável pelo desastre ambiental que destruiu parte de Maceió.
O comitê propõe melhorias estruturais e iniciativas culturais para a região, mas essas ações são insuficientes diante dos profundos problemas estruturais e socioeconômicos causados pelo afundamento do solo. A requalificação não aborda a raiz do problema: a necessidade urgente de segurança e estabilidade para os moradores.
A insistência na revitalização levanta dúvidas sobre os interesses reais por trás dessas ações. A Braskem busca minimizar seus custos, e as instituições públicas não devem desconsiderar seus próprios laudos para atender aos interesses da empresa. Segundo a legislação internacional, a compensação justa deve considerar a totalidade dos danos sofridos, incluindo a perda de meios de subsistência e o impacto psicológico.
A proposta do comitê é uma não solução que negligencia a complexidade dos impactos sofridos pelos moradores. A realocação é a única medida efetiva para garantir a segurança e dignidade das comunidades, evitando a perpetuação do sentimento de injustiça e abandono.
É hora de agir com sensibilidade e responsabilidade, priorizando os interesses e direitos dos moradores dos Flexais, Quebradas, Bom Parto e Rua Marquês de Abrantes, e garantindo a indenização justa pelos danos causados pela Braskem.
*Servidor Público, Administrador de empresas e diretor do MUVB – Movimento Unificado das Vítimas da Braskem
1 Comentário
Caríssimos bom dia ..
Sinceramente não conseguimos entender o porque do massacre e a falta de zelo com os flexais,como foi muito bem dito na reportagem nenhum tipo de “revitalização” vai resolver a nossa situação,queremos REALOCAÇÂO JÁ,para tentarmos a vida em outro lugar com dignidade,naonessa UTOPIA,de revitalização.