O prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), candidato à reeleição, anunciou o senador Rodrigo Cunha (Podemos) como seu candidato a vice-prefeito, durante solenidade realizada na quinta-feira (1º), no Hotel Best Western, no bairro de Pajuçara.
A mineradora Braskem, que acabou com cinco bairros em Maceió, afugentou 60 mil pessoas de suas casas, destruiu 14 mil casas, edifícios, hospitais, escolas e praças, conta com parceiros entre os políticos na capital alagoana.
A bancada da Braskem tem em Maceió dois representantes informais: o prefeito JHC e o senador Rodrigo Cunha. Essa chapa é a dos sonhos da Braskem. Cunha, na CPI da Braskem, atuou como um disciplinado membro da bancada da mineradora. Já o prefeito assinou o acordo de “venda” dos bairros afundados pela empresa à própria Braskem. Tudo referendado pelos ministérios públicos Federal e Estadual e pela Defensoria Pública da União (DPU).
Esse acordo que lesou as vítimas e suprimiu direitos rendeu aos cofres da prefeitura R$ 1,7 bilhão e mais obras viárias na cidade sem qualquer planejamento, com um agravante: mais crimes ambientas têm sido praticados, desta vez, através de um consórcio formado entre Braskem, Prefeitura-JHC e a construtora que executa a obra criminosa.
Diante do desmatamento de Mata Atlântica no bairro Antares, na parte alta de Maceió, o Instituto do Meio Ambiente (IMA) embargou a obra e multou a prefeitura.
JHC e Rodrigo Cunha são o que de melhor poderia acontecer no projeto da Braskem em Maceió. O domínio que a mineradora vem mantendo nas suas relações com os órgãos estatais e poderes do Estado brasileiro é confortável diante da tragédia causada diretamente a 60 mil pessoas, mas que se estende a toda cidade de Maceió.
A empresa, agora, tem uma chapa para chamar de sua!
Senador honra compromissos com os Caldas
A entrada do senador na composição da chapa não foi novidade, já que os dois políticos têm relações próximas, sendo Eudócia Caldas, mãe do prefeito, a primeira suplente de Cunha. A escolha era esperada pelos compromissos de bastidores assumidos pelo senador com a família Caldas.
O primeiro cumprido com a família foi se licenciar para Eudócia Caldas assumir o mandato durante 120 dias, de 24 de maio a 21 de setembro de 2022.
O senador Rodrigo Cunha enfatizou em seu discurso o fato de que: “esse projeto aqui dando certo, nada vai parar. Temos a Dra. Eudócia, que todos já conhecem, que já assumiu (Senado) em outro momento, uma mulher, uma militar, uma médica, uma pessoa que já foi prefeita e conhece”.
A decisão do senador de não se licenciar de suas atividades no Senado Federal, neste momento, faz parte da estratégia política para tentar esconder do eleitor o compartilhamento do mandato com a mãe do prefeito durante a campanha eleitoral.
O senador Rodrigo Cunha foi eleito o primeiro senador de Arapiraca fez discurso eleitoral de que era independente de grupos políticos. Eleito pelo PSDB com apoio do ex-governador Teotonio Vilela Filho (PSDB), abandona o partido e o ex-governador.
Cunha era uma promessa política que não se concretizou pelas opções políticas feitas com os Caldas, Arthur Lira e a bancada da extrema-direita, subindo em palanque com políticos acusados de corrupção e próceres da bancada da bala.
A fantasia de político moderno não resistiu aos encantos da tradicional política dos coronéis e do faroeste da periferia.