30 de setembro de 2024 2:07 por Da Redação
Apesar de imagens divulgadas neste domingo, 29, mostrarem claramente alterações, a Secretaria Adjunta Especial de Defesa Civil nega que esteja havendo movimentação na área da Mina 18, instalada pela petroquímica Braskem na Lagoa Mundaú, no bairro do Mutange, em Maceió.
Em nota, a SAEDC afirma que “os equipamentos de monitoramento não registraram nenhuma movimentação anormal na região da Mina 18 e por isso não há necessidade de alerta”. A Comissão diz ainda que a Marinha do Brasil fez uma inspeção no local e não encontrou qualquer solução ou corpo estranho.
Para a bióloga Neirevane Nunes, que divulgou as imagens mostrando as manchas não identificadas na Mina 18, a nota é vazia.
“A Defesa civil está acostumada a responder com a negação de um problema, minimizando o fato e não dando uma explicação para o que está ocorrendo” – reclamou ela, que é especialista em Biodiversidade e Manejo de Unidades de Conservação pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal).
Ela afirma que a Defesa Civil de Maceió vem perdendo credibilidade desde os primeiros registros de problemas na Mina 18, que está diretamente ligada ao afundamento do solo que destruiu 5 bairros da capital. Essa mina colapsou no início da tarde do dia 10 de dezembro do ano passado.
“Não é simplesmente dizer que é algo que não representa preocupação. A sociedade merece e precisa de respostas concretas” – reagiu a pesquisadora. Seu entendimento é que a Defesa Civil de Maceió precisa apurar a situação, coletando e analisando a substância observada na Lagoa Mundaú. “É o que precisa ser feito!” – concluiu Neirevane.
Para entender
As minas da Braskem em Maceió, num total de 35, são cavernas abertas pela extração do mineral sal-gema, durante décadas, na região.
Segundo o Serviço Geológico do Brasil (SGB) essa atividade, iniciada em 1976, provocou o fenômeno de afundamento do solo, destruindo cinco bairros da capital alagoana, atingindo mais de 60 mil pessoas, que foram obrigadas a deixar suas casas.