13 de outubro de 2024 6:18 por Geraldo de Majella
Por Geraldo de Majella
O presidente do Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores de Maceió, Marcelo Nascimento, distribuiu à imprensa um texto informando os resultados eleitorais dos candidatos a vereador. Segundo Nascimento, os números surpreenderam, com as candidaturas petistas somando 25 mil votos, representando um crescimento de 100% em relação às eleições de 2020.
A Federação Brasil da Esperança, formada por PT, PV e PCdoB, obteve pouco mais de 37 mil votos, dos quais 25 mil foram para o PT, 8 mil para o PV e 3 mil para o PCdoB. Esse desempenho garantiu a eleição de Teca Nelma (PT) e Sílvio Camelo Filho (PV).
Muito embora Teca Nelma tenha conquistado votos suficientes para ser eleita independentemente da legenda, a eleição de Sílvio Camelo Filho se concretizou pela soma dos votos da chapa. Esse detalhe é fundamental, para esclarecer os dois casos.
Apesar dos números positivos, o texto não fala que a direção do PT continua incapaz de estruturar uma política sólida de alianças políticas e eleitorais. Para superar essa limitação, o partido precisaria realizar estudos e planejamento detalhado, com definições de metas e interesses.
Atualmente, os dirigentes do PT focam mais na administração das disputas internas do que na construção de uma estratégia eleitoral robusta. Essa dinâmica resulta em baixo rendimento nas urnas.
A crise interna prolongada tem levado o partido a uma estagnação tanto política quanto social, limitando sua inserção na sociedade. Quando um partido enfrenta crises de liderança, falta de unidade ideológica e insucessos eleitorais, suas estratégias de expansão ficam comprometidas. Isso impacta na sua capacidade de atrair novos militantes, formular políticas eficazes e exercer influência no cenário local e estadual.
O principal ativo do PT sempre foi sua militância, um dos elementos mais valiosos na trajetória do partido. No entanto, esse capital está sendo dissipado. O PT está envelhecendo e, com isso, tem perdido o vínculo com a juventude. Não há um esforço concreto para compreender e acompanhar as transformações sociais e culturais pelas quais a sociedade está passando.
Esse afastamento do partido em relação às novas gerações pode comprometer sua capacidade de renovação e de mobilização, afastando-o de temas emergentes que despertam interesses junto ao eleitorado mais jovem, como as pautas de inovação tecnológica, sustentabilidade, e direitos sociais. Para se manter relevante, o PT precisa urgentemente voltar a dialogar com a juventude e com os novos movimentos sociais, estudando e compreendendo essas mudanças para adaptar suas estratégias e práticas políticas.
As disputas internas, muitas vezes conduzidas sem parâmetros éticos, têm imposto derrotas ao PT. No entanto, o partido continua sendo maior que seus dirigentes e burocratas, e há disposição entre militantes de diversas tendências para lutar por mudanças e renovação.