21 de outubro de 2024 9:01 por Da Redação
O próprio Termo de Acordo instituído pelo Ministério Público Federal e Defensoria Pública da União define como ilhamento a situação dos moradores dos Flexais, ainda em outubro de 2022, quando foi assinado. Também vítimas do crime ambiental praticado pela multinacional Braskem S/A, essa comunidade, localizada próximo às áreas de Maceió evacuadas por risco de afundamento, segue enfrentando isolamento social.
Diante do quadro de segregação, dirigentes do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB) voltaram a cobrar o cumprimento do Termo de Acordo, que tem como partes a multinacional e a Prefeitura de Maceió.
Para o Movimento, o mais justo seria a desocupação dos Flexais da mesma forma que foi feito com os mais de 60 mil moradores dos cinco bairros evacuados por conta da mineração de sal-gema. Foram extintos os bairros do Mutange, Bebedouro, Pinheiro, Bom Parto e Farol.
Já as famílias dos bairros Flexal de Cima e Flexal de Baixo seguem refugiadas numa área isolada das demais regiões da capital alagoana.
Lembrando que o Termo de Acordo previa a execução de todas as obras em 2 anos, prazo que venceu no último dia 6, o sindicalista Maurício Sarmento, integrante do MUVB, reclama que “até agora a vida dos que moram nos Flexais, quebradas e Marquês de Abrantes continua sendo um inferno”.
A comunidade daqueles dois bairros está sendo desrespeitada, pois não foi ouvida pela Defensoria Pública da União e nem pelo Ministério Público, federal e estadual. “Em vez de ouvir a vontade popular, estão impondo uma requalificação que ninguém pediu” – reclama o sindicalista.
Do mesmo modo, segundo ele, a Justiça Federal homologou o acordo para a requalificação dos Flexais, sem ouvir a comunidade. “O que a maioria dos moradores quer é ser realocada e receber uma indenização justa pelos danos” – afirmou
Além de reafirmar o desejo das famílias de deixarem o “campo de refugiados” em que os Flexais foram transformados, o MUVB cobra do juiz André Granja, da Justiça Federal, que faça valer o que está no Termo de Acordo. “Não podemos mais esperar!” – declara Maurício Sarmento.