Por Mateus Souza, do Fatos On-line
A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil implementou um sistema de alerta para ajudar turistas americanos a identificar os níveis de risco em diferentes regiões do país. O objetivo é fornecer informações detalhadas para que os viajantes possam se precaver durante as visitas.
O Brasil foi classificado como um destino de nível 2, o que significa que é possível viajar, mas recomenda-se cautela. Entretanto, algumas áreas específicas foram categorizadas como nível 4, onde a recomendação é que os turistas evitem o local em qualquer circunstância. No site da embaixada, um texto em inglês caracteriza as regiões destacadas como áreas de perigo extremo, sobretudo, por haver habitações informais.
Entre as regiões de nível 4 estão as cidades de Ceilândia, São Sebastião, Paranoá e Santa Maria, todas localizadas no Distrito Federal. A Embaixada alerta que nessas áreas, que possuem um maior número de empreendimentos habitacionais informais, também conhecidos como “favelas”, vilas ou conglomerados, nem mesmo as empresas de turismo nem a polícia local podem garantir a segurança dos visitantes.
O órgão salienta alguns perigos e cuidados que devem ser tomados ao visitar o Brasil.
“Crimes violentos como assassinatos, assaltos a mão armada e sequestro de carros são comuns em áreas urbanas, dia e noite. Atividade de gangues e o crime organizado são generalizados. Agressões, incluindo com sedativos e drogas colocados em bebidas, são comuns. Funcionários do governo dos EUA são desencorajados a usar ônibus municipais em todas as partes do Brasil, devido ao risco elevado de roubo e agressão a qualquer hora do dia, especialmente à noite. Se você decidir viajar para o Brasil, esteja ciente do seu entorno. Não resista fisicamente de nenhuma tentativa de roubo, não aceite comida ou bebida de estranhos…”, alerta a Embaixada.
Os avisos geraram desconforto para parte dos brasileiros, principalmente àqueles que conhecem a realidade das regiões citadas e classificam as afirmações da embaixada como exageradas. A sensação é de que um vizinho, mais rico, tem espalhado boatos negativos e exagerados sobre outro bairro.
Na internet, a influenciadora Danny Boggione abordou o tema em seu canal no Youtube. “É uma lista te preparando para a guerra, tá?”, afirma Boggione.
Vermelho e amarelo
Os mapas divulgados pela Embaixada destacam áreas em vermelho e amarelo. As zonas em vermelho indicam regiões com uma concentração maior de empreendimentos habitacionais informais, enquanto as áreas em amarelo são bairros que podem conter comunidades, onde também é recomendado um nível elevado de cautela. As marcações foram criadas com o intuito alertar os cidadãos dos EUA a evitarem locais potencialmente perigosos, embora nem todos as regiões habitacionais apontadas estejam representadas. Veja abaixo algumas das imagens destacadas no site.
Impressões
A Embaixada americana ressalta que a situação de segurança nos locais destacados pode mudar de forma rápida e inesperada. A caracterização das localidades traz a sensação de que as regiões descritas são zonas de guerra, apesar de não haver nenhuma afirmação do tipo expressa. A Embaixada afirma ainda que, mesmo em áreas consideradas seguras por autoridades locais, os riscos podem aumentar sem aviso prévio. Dessa forma, conforme o órgão, os turistas são aconselhados a não visitar as regiões, nem mesmo em excursões guiadas.
A embaixada destaca que, em condições normais, os funcionários do governo dos EUA não têm permissão para entrar em comunidades identificadas como de risco, a menos que haja aprovação prévia para casos excepcionais.