terça-feira 3 de dezembro de 2024

IBGE: 73% da população das favelas no Brasil é negra

A proporção de negros em relação ao total da população em favelas e comunidades aumentou de 2010 para 2022
Foto: Mauro Pimentel/AFP

Por Camila Rodrigues da Silva, do Alma Preta

A proporção de negros em relação ao total da população em favelas e comunidades aumentou de 2010 para 2022, apontam os resultados do Censo 2022 apresentados nesta sexta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Atualmente, 73% dos favelados são pretos ou pardos.

No Censo de 2010, já se observava essa diferença na composição racial desses espaços: a soma de pretos e pardos representavam 68,4% dos habitantes dos chamados “aglomerados subnormais”, terminologia usada na época. Na população total, negros eram 50,7%.

Esse enegrecimento da população das favelas acontece simultaneamente ao aumento de residentes nessas comunidades. Há 12 anos, os moradores de favela eram 6% da população brasileira (11,4 milhões), enquanto em 2022 passou a ser 8% (16,4 milhões de habitantes).

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A maior proporção de pretos e pardos nas favelas e comunidades urbanas em relação ao total da população brasileira é observada em todas as regiões do país, independentemente do padrão racial. Na região Sul, que é a mais branca, a maior proporção de pessoas em favelas está entre os pretos e pardos:

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A maior proporção de favelas está na Região Norte, onde estão sete das vinte comunidades mais populosas do Brasil — sete delas em Manaus (AM).

Por isso, os estados com as maiores proporções de sua população residindo em favelas são o Amazonas (34,7%), Amapá (24,4%) e Pará (18,8%).

Envelhecimento

O índice de envelhecimento (número de pessoas com 60 anos ou mais para cada 100 pessoas de 0 a 14 anos) é menor nas favelas de todos os estados do Brasil. Enquanto na população total esse índice foi de 80, indicando que havia 80 idosos para cada 100 crianças, nas favelas esse índice cai para 45.

A Região Centro-Oeste apresentou o menor índice de envelhecimento em favelas e comunidades urbanas (27,1), com uma diferença considerável em relação ao índice calculado para a sua população total (63,2).

Nas Regiões Norte e Nordeste as diferenças entre esses dois recortes foram menores, como é possível ver no gráfico abaixo.

Os estados com os menores índices de envelhecimento para as pessoas residentes em favelas foram Roraima (12,9), Amapá (19,8) e Distrito Federal (21,1). Já os maiores índices de envelhecimento nas favelas foram observados na Bahia (64,2), no Rio de Janeiro (56,7) e no Espírito Santo (56,1).

Veja abaixo o índice de envelhecimento considerando raça/cor e região:

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