quinta-feira 10 de abril de 2025

Sebo do Messias: um patrimônio cultural no coração de São Paulo

O local se tornou um centro de troca de ideias e debates culturais

25 de janeiro de 2025 9:41 por Da Redação

Reprodução

Por Geraldo de Majella

São Paulo, que neste sábado, 25 de janeiro, comemora 471 anos de fundação, não é apenas um monólito de concreto e aço, nem a locomotiva da economia brasileira. É também um território vivo, onde a força do trabalho se entrelaça com a inquietação da alma humana.

Com 12,33 milhões de habitantes, é uma das cidades mais populosas do mundo, mas seu verdadeiro encanto não se mede pela grandeza dos números. Há recantos que transformam a urbe e fazem respirar cultura e história.

Seus bairros e sua gente representam a grandeza da cidade. O que a diferencia não são os bordões criados, como a ‘cidade que não para’, como se só existisse vida no trabalho fabril ou de outra forma. Há outras São Paulo, ainda, hoje quase invisível que resistem nos becos e esquinas, nas calçadas e avenidas. Existem espaços onde o tempo parece desacelerar, permitindo que ideias germinem e vidas se cruzem.

A cidade vem sendo construída com mãos e braços de imigrantes e migrantes. O livreiro Messias Antônio Coelho (1941-2024), fundador do Sebo do Messias, um dos mais tradicionais do centro de São Paulo, morreu aos 83 anos no dia 19 de dezembro de 2024, após 55 anos de atividade ininterrupta, na Praça João Mendes, 140, nos fundos da Catedral da Sé.

Mineiro de Guanhães, Messias se mudou para São Paulo em 1964. Inicialmente, trabalhou como garçom, mas, por intermédio do sogro, passou a vender livros na modalidade porta-a-porta. Após comprar a biblioteca de um cliente, fundou o Sebo do Messias em uma sala na Praça João Mendes, em 1969.

O Sebo do Messias não era apenas uma livraria, mas também um ponto de encontro para intelectuais, escritores, leitores e amantes de livros. O local se tornou um centro de troca de ideias e debates culturais. A conexão com a história da cidade é outro aspecto importante, além de ser ambiente, simples e acolhedor, reflete a cultura paulistana, que é marcada pela diversidade e pela integração de pessoas de diferentes origens. É local onde livros raros, usados e esgotados são preservados e mantidos acessíveis ao público.

Messias foi além do comércio de livros; tornou-se um verdadeiro patrimônio cultural da cidade de São Paulo, desempenhando um papel vital na preservação da literatura, das artes, história, memória, no fomento à leitura e na manutenção de um espaço de troca intelectual e cultural.

Eu, que me considero paulistano por afeto, rendo minhas homenagens à cidade em nome de Messias Antônio Coelho.

Vida longa ao Sebo do Messias!

*É historiador e jornalista

Please follow and like us:
Pin Share

Mais lidas

Anac autoriza nova companhia aérea a operar no Brasil

25 de janeiro de 2025 9:41 por Da Redação Uma nova companhia aérea promete

Ministra Luciana Santos destaca poder transformador de trabalhos realizados por alunos do Sesi Alagoas

25 de janeiro de 2025 9:41 por Da Redação Os projetos sociais e educativos

Entidades pedem ao MPF a paralisação imediata das obras da Linha Verde

25 de janeiro de 2025 9:41 por Da Redação Um grupo de entidades acionou

Governo anuncia concurso com 2 mil vagas para a Polícia Federal

25 de janeiro de 2025 9:41 por Da Redação O ministro da Justiça e

Para indenizar juíza, TJPR zera as contas de jornalista

25 de janeiro de 2025 9:41 por Da Redação Por Marcelo Auler Na expectativa

Janeiro Branco: Maranhão é o estado com menos psicólogos na rede pública do Nordeste

25 de janeiro de 2025 9:41 por Da Redação Por Thiago Aquino, da Agência

Alagoas registra a abertura de mais de 36 mil empresas em 2024

25 de janeiro de 2025 9:41 por Da Redação Alagoas registrou a abertura de

Obesidade leva a disparada de diabetes no mundo em três décadas

25 de janeiro de 2025 9:41 por Da Redação A obesidade está por trás

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *