sexta-feira 14 de março de 2025

‘Pânico moral’: projetos contra o funk em São Paulo são racismo institucional, diz covereadora

Letícia Lé, covereadora de São Paulo, expressa preocupação com o risco de criminalizar gêneros musicais da cultura periférica da capital paulista
Os vereadores por São Paulo Amanda Vettorazzo e Adrilles Jorge, do União Brasil | Reprodução

Por Redação, Alma Preta

Dois vereadores da extrema-direita apresentaram, na Câmara Municipal de São Paulo, projetos de lei que visam a proibição do funk em escolas e eventos financiados pela administração pública.

Sem citar diretamente qualquer gênero musical, os projetos de lei 26/2025 e  33/2025, dos vereadores Amanda Vettorazzo e Adrilles Jorge, ambos do União Brasil, propõem a proibição de músicas que façam menção à violência, ao crime organizado, às drogas e ao sexo.

Para a Bancada Feminista do PSOL, embora uma série de gêneros musicais façam referências a tais temas, fica nítido que o alvo principal dos vereadores é o funk, expressão da cultura negra e jovem das periferias.

Os projetos ainda serão submetidos à votação na Câmara Municipal e deverão enfrentar a resistência das bancadas de oposição. Letícia Lé, covereadora da Bancada Feminista, explica que a proposição pode culminar na criminalização de expressões culturais da comunidade negra paulistana.

“O que vemos aqui é uma enorme hipocrisia e uma tentativa de disseminar pânico moral, criminalizando a cultura preta e periférica da cidade. A proposta de proibir o funk é mais um exemplo do racismo institucional. Nós, da oposição, vamos lutar para barrar mais esse retrocesso”, afirma a covereadora.

As propostas

A proposta do vereador Adrilles Jorge visa a proibição de músicas com conteúdo pornográfico, violento e de apologia às drogas nas escolas da rede municipal de ensino em São Paulo.

Já o projeto de lei apresentado pela vereadora Amanda Vettorazzo prevê a proibição da contratação de “shows, artistas e eventos abertos ao público infantojuvenil que envolvam, no decorrer da apresentação, expressão de apologia ao crime organizado ou ao uso de drogas”.

O texto também determina que o município de São Paulo não poderá apoiar, patrocinar ou divulgar shows, artistas ou eventos de qualquer natureza que “envolva expressão de apologia ao crime organizado ou ao uso de drogas”.

Please follow and like us:
Pin Share

Mais lidas

Ministra Luciana Santos destaca poder transformador de trabalhos realizados por alunos do Sesi Alagoas

Os projetos sociais e educativos desenvolvidos por alunos e professores da Escola Sesi Senai

Entidades pedem ao MPF a paralisação imediata das obras da Linha Verde

Um grupo de entidades acionou o Ministério Público Federal (MPF) para que sejam suspensas,

Governo anuncia concurso com 2 mil vagas para a Polícia Federal

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, anunciou nessa quarta-feira (29) a

Para indenizar juíza, TJPR zera as contas de jornalista

Por Marcelo Auler Na expectativa de indenizar sua colega, a juíza M.R.H.L. em R$

Janeiro Branco: Maranhão é o estado com menos psicólogos na rede pública do Nordeste

Por Thiago Aquino, da Agência Tatu A campanha Janeiro Branco conscientiza sobre os cuidados

Alagoas registra a abertura de mais de 36 mil empresas em 2024

Alagoas registrou a abertura de 36.991 empresas em 2024. O número representa um crescimento

Obesidade leva a disparada de diabetes no mundo em três décadas

A obesidade está por trás do grande aumento de casos de diabetes no mundo,

Praça dos Três Poderes recebe ato em defesa da democracia em 8 de janeiro

Por Lucas Toth, do portal Vermelho A Praça dos Três Poderes, em Brasília, será

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *