quinta-feira 10 de abril de 2025

Texto sobre imperialismo dos EUA e América Latina unida não é da presidente do México

É boato que Claudia Sheinbaum fez um discurso contra o imperialismo dos EUA e defendeu a unificação da América Latina
Claudia Sheinbaum | Reuters/Henry Romero

Por Boatos.org

Um texto atribuído à presidente do México, Claudia Sheinbaum, tem circulado amplamente na internet. No discurso, ela supostamente critica os Estados Unidos por promoverem golpes de Estado e explorarem os recursos da América Latina. A mensagem defende uma unidade política e econômica entre os países da região, em tom semelhante ao conceito da “Pátria Grande”.

O conteúdo da mensagem atribuída a Claudia Sheinbaum foi, compartilhado em espanhol e português, viralizou nas redes sociais e em sites de viés ideológico.

O discurso compartilhado nas redes sociais tem chamado atenção, mas há diversos elementos que indicam que se trata de um conteúdo falso. Vamos responder às principais questões na checagem: 1) Claudia Sheinbaum, presidente do México, fez o discurso sobre imperialismo dos EUA e América Latina unida? 2) Claudia Sheinbaum, presidente do México, compactua com o que foi falado no discurso em questão? 3) A fala sobre imperialismo dos EUA e América Latina faz algum sentido?

Claudia Sheinbaum, presidente do México, fez o discurso sobre imperialismo dos EUA e América Latina unida?

Não há qualquer registro oficial de que Claudia Sheinbaum tenha feito esse discurso. Nenhuma fonte confiável, como sites governamentais ou jornais de grande circulação, publicou essa fala. Além disso, o mesmo texto já foi atribuído a outros líderes latino-americanos, como o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, o que reforça a suspeita de que seja um conteúdo fabricado.

Claudia Sheinbaum, presidente do México, compactua com o que foi falado no discurso em questão?

Embora Sheinbaum tenha uma orientação política de esquerda e já tenha criticado figuras como Donald Trump, o tom do discurso não condiz com sua retórica habitual. Diferente de líderes como Nicolás Maduro e Evo Morales, que frequentemente usam discursos anti-imperialistas, a presidente do México tem adotado uma abordagem mais diplomática. Até o momento, ela não fez declarações tão incisivas contra os EUA.

A fala sobre imperialismo dos EUA e América Latina faz algum sentido?

O discurso aborda temas recorrentes na política latino-americana, como a influência dos EUA na região e a ideia de uma América Latina unida. Há fatos históricos mencionados que são verdadeiros, como o golpe contra Salvador Allende no Chile e as sanções econômicas à Venezuela. No entanto, o conteúdo também contém generalizações e acusações sem provas, além de propostas utópicas que não fazem parte de debates concretos entre os governos da região. A ideia da “Pátria Grande” é um conceito ideológico defendido por alguns setores da esquerda, mas sem aplicação prática significativa no cenário atual.

Conclusão

O discurso atribuído a Claudia Sheinbaum sobre o imperialismo dos EUA e a unificação da América Latina é falso. Não há registros de que ela tenha feito tal declaração, e o mesmo texto já foi compartilhado como se fosse de outros líderes. Embora o conteúdo mencione eventos históricos reais, a mensagem é carregada de distorções e propostas irreais. Portanto, a alegação não procede.

Leia a versão em português:

IRMÃOS, NÃO ESTAMOS ERRADOS: O INIMIGO É O MESMO. PARA OS POVOS DA NOSSA INDO-AMÉRICA · De; Claudia Sheinbaun, presidente do México Por que o imperialismo quer nos ver divididos? * Porque sabe que juntos somos invencíveis. Os EUA, potência que se veste de democracia enquanto exporta golpes de Estado, espetaram as garras na nossa terra com uma estratégia clara: dividir para saquear. No Chile, financiou o golpe contra Allende para impor Pinochet e dar o cobre às suas corporações. Na Nicarágua, ele armou os Contras para afogar em sangue a Revolução Sandinista. Na Venezuela, desencadeou uma guerra económica e sanções criminosas para roubar o petróleo e derrubar um povo que se atreveu a olhar para o futuro com soberania. No Brasil, ele usou a Lawfare para prender Lula e travar a ascensão dos pobres. Na Bolívia, apoiou um golpe contra Evo Morales para entregar o lítio aos seus transnacionais. Em Cuba, mantém um bloqueio genocida por seis décadas, punindo um povo que escolheu ser dono do seu destino.

Das terras ardentes do Rio Bravo às águas embravecidas da Terra do Fogo, somos um só povo, uma só alma tecida com os fios da resistência, dignidade e sonhos compartilhados. A Pátria Grande não é uma utopia: é o batimento cardíaco da nossa história, a memória viva daqueles que lutaram para nos ver livres, de Tupac Amaru a Bolívar, de Martí à Che Guevara. É o território sem fronteiras onde o quechua, o espanhol, o português, o guarani e todas as vozes originárias se fundem num coro que canta: Unidade! Cada ferida aberta em um país é um ataque a todos. O imperialismo não teme governos isolados: teme os povos unidos. Impuseram-nos tratados que privatizam a água, a saúde e a educação; militarizaram os nossos territórios para controlar os recursos; manipularam os meios de comunicação para semear o medo e o individualismo. Mas a sua arma mais letal é fazer-nos acreditar que somos inimigos, que a pobreza de um é culpa do outro, e não do sistema que nos sangra.

A Pátria Grande é a resposta. É o abraço solidário entre o trabalhador argentino e o camponês colombiano; entre a professora mexicana e o engenheiro venezuelano; entre os jovens que nas ruas do Peru, Equador ou Honduras exigem justiça. É entender que a independência do Haiti, alcançada com sangue em 1804, é tão nossa quanto a vitória de Ayacucho. É saber que quando o Paraguai foi massacrado na Guerra da Tripla Aliança, eles não perderam apenas os paraguaios: perdemos todos. Unidos não somos vítimas: somos titãs. A Zamba de Vargas, a batalha de Carabobo, o grito de Dolores, a resistência mapuche, as Mães da Plaza de Maio, os sapatistas levantando a voz em Chiapas… Toda luta é um elo da mesma corrente que hoje nos chama a quebrar as correntes. Soberania não se negoceia: defende-se. E para defendê-la, precisamos de uma união política, económica e cultural que nos permita trocar sem depender do dólar, produzir alimentos sem agrotóxicos, educar com pedagogias libertadoras e proteger nossa Amazônia como pulmão do mundo.

*Irmãos, não nos enganemos: o inimigo é o mesmo. * Enquanto Wall Street especula, nossos povos famintam. Enquanto Hollywood nos vende falsos ídolos, eles enterram nossas identidades. Mas nós temos algo que eles nunca terão: a certeza de que a história é escrita pelos povos. Hoje, quando o neoliberalismo recicla seu rosto com falsas promessas, quando a Quarta Frota Americana vigia as Caraíbas e as bases militares se multiplicam na Colômbia e no Brasil, é hora de gritar a uma só voz: Chega de interferência! Chega de pilhagem! Que a UNASUR ressurja, que a ALBA cresça, que a CELAC seja o nosso escudo. Vamos organizar assembleias populares, redes de comunicação própria, moedas regionais, exércitos de mestres e artistas que despertem consciências. Porque a verdadeira independência se conquista com educação, organização e amor ao próximo.

*Somos a geração que pode tornar realidade o sonho de San Martin e Manuelita Saenz. * Não esperemos que nos resgatem: sejamos nós a trincheira, o poema, a semente. Que cada bairro, cada fábrica, cada sala de aula seja um território livre da Pátria Grande. Viva a América Latina unida! Até a vitória sempre! Porque na nossa união está a força, e na nossa luta a liberdade.

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