28 de abril de 2021 6:45 por Claudevan Melo
A travessia do Atlântico é uma epopeia que ficou escondida na História da Aviação brasileira e do país, o pioneiro entre os navegadores do ar foi João Ribeiro de Barros piloto que em 1927 realizar essa proeza. A travessia contou com a participação importante dos mecânicos e copilotos, Vasco Cinquini, Newton Braga e João Negrão.
A viagem inicia na cidade italiana de Gênova, depois de ocorrerem várias panes e de algumas reavaliações o grupo conseguiu chegar na costa africana, mas não era o suficiente, a decisão de desistir foi tomada, mas ao receber um telegrama de sua mãe o encorajando e apelando para não desistir da viagem, João Ribeiro e o grupo liga o motor do Jahú e seguem viagem. O hidroavião de fabricação italiana foi adquirido do Conde Casagrande.
A travessia é repleta de incidentes com polícias que não os deixa seguir viagem, há em vários momentos a intervenção da diplomacia brasileira para negociar a viagem.
A caminho do arquipélago de Fernando de Noronha, acontece um acidente em que uma das hélices foi destruída e durante várias horas o hidroavião ficou sem comunicação, resgatado é levado para a ilha onde é realizado o reparo, dias depois seguem viagem para Recife, Rio de Janeiro e termina na cidade de São Paulo, a viagem termina pousando na represa de Guarapiranga.
Em todas as paradas ocorridas no Brasil os quatro brasileiros foram recebidos com festividades e oratórias das autoridades locais e registro na imprensa nacional. O hidroavião foi construído em madeira, é caso único no mundo.
A História do Jahú
O hidroavião Jahú passou vários anos em um anexo no Museu do Ipiranga, sem que houvesse a necessária manutenção, depois foi levado para ser exposto à visitação pública na Oca no Parque do Ibirapuera por um período. É transferido para um hangar do Campo de Marte, no bairro de Santana. O abandono foi completo no aeroporto do Campo de Marte, quase foi destruído e o seu corpo de madeira foi atacado por cupins e muitas peças de navegação foram roubadas.
O governo italiano demonstrou interesse em adquiri-lo por ser o único exemplar que restou no mundo. A família do comandante João Ribeiro entrou com uma ação judicial para impedir a transação. O presidente da Transporte Aéreo Marília (TAM), comandante Rolin soube e passou a negociar com a família e firmou um acordo para restaurar o hidroavião e a TAM ficaria o conservaria no hangar de manutenção de suas aeronaves na cidade de São Carlos (SP).
A travessia do Atlântico foi homenageada com mais de uma centena de músicas gravadas na voz do cantor Francisco Alves (1898-1952), em 1927, foram quatro músicas gravadas: Nosso Jahú, Azas do Jahú, Vem cá Jahú e Salve Jahú. Essa epopeia passa infelizmente ao largo do conhecimento do nosso povo.
O estado de São Paulo instituiu através da Lei nº 9.933/98 o dia 28 de abril como a data comemorativa da primeira travessia do Atlântico por brasileiros.
Desta feita hoje 28 de abril de 2021 faz 94 anos desta Epopeia.
Acervo, pesquisa e texto de Claudevan Melo.