Por Tereza Pereira, especial para 0 082 Notícias
“Jaraguá, Paisagem-Miragem”, é reaberta ao público, no Museu da Imagem e do Som (MISA), no bairro histórico de Jaraguá, localizado na Rua Sá e Albuquerque, 275. A exposição é gratuita, está aberta para visitação até o final deste mês, 31 de janeiro, às 12h.
Apresenta as fotografias de Flávia Gazzanéo, servidora do TRT-AL (técnico judiciário) com formação em Ciências Econômicas, junto com ela está Paulo de Tarso Santana, também servidor do TRT-AL, (analista judiciário), com especialidade em Engenharia. Os artistas expositores afirmam a importância que a representação artística tem em trazer equilíbrio e completude enquanto ser humano.
Esta exposição que iniciou ano passado, durante o período de 25 de outubro a 24 de novembro, tem a curadoria de Francisco Oiticica Filho, convidando ao público a celebrar e conhecer ou reconhecer por meio das fotografias de Flávia Gazzanéo e pinturas de Paulo de Tarso Santana. Conforme destaca Oiticica, são embarcações, crianças e adultos numa faina que se assemelha ao jogo, tal a satisfação do trabalho com o mar.
Flávia com suas fotografias, que mais parece uma sensível observadora da natureza e Paulo com sua pintura em óleo sobre tela ao ar livre, expressam com extrema singularidade o movimento, a realidade, trazendo algo de real e irreal, uma miragem. É preciso ver de perto a disposição artística, os acabamentos das embarcações, o colorido, as expressões de uma realidade típica da história impressa, do que vem e do que vai, da leveza das garças. São 14 fotografias e 36 pinturas.
Flávia Gazzanéo, é natural de Maceió, Alagoas, com formação em ciências econômicas, pela Universidade Federal de Alagoas, tem 54 anos, iniciou a carreira profissional na fotografia em 2021, mas sua paixão pela fotografia vem desde a adolescência, quando ganhou sua primeira câmara fotográfica.
Para ela a fotografia é uma forma de expressão artística, uma linguagem imagética transformadora e um potente instrumento de manifestação sociocultural. Entre os cursos de fotografia relembra “Curso de Introdução à Fotografia Profissional”, “Desenvolvimento do Olhar Fotográfico”, “Linguagem de Fotografia de Rua”, “Fotografia Documental”, além de cursos na área da história da arte e pintura. Atualmente dedica-se à fotografia documental e à fotografia artística. Para a fotógrafa esse momento e esse ambiente da fotografia produzem uma plenitude, seu equilíbrio, sua completude enquanto ser humano.
Paulo Santana é natural de Recife, Pernambuco, tem 64 anos. Iniciou sua educação artística em 1967, na escolinha de artes do educador e artista Getúlio Motta. Mais tarde, cursou engenharia civil na UFPE. Durante esse período, também frequentou o “Curso Integral de Pintura” de Jacques Weyne, onde se aprimorou na técnica da pintura ao “plein air”.
Participou de exposições coletivas e atelier coletivo entre as quais no Centro de Artes da UFPE e do Palácio da Justiça. Em 1986, retornou a Maceió e frequentou o curso de pintura de Pierre Chalita. O artista acredita que suas habilidades manuais foram herdadas de avô materno Sebastião Félix, um operário habilidoso, e da sua formação técnica em escola industrial. Ultimamente, tem divulgado seus trabalhos principalmente nas redes sociais. A paisagem urbana tem sido seu mote desde os anos 90. A habilidade artística passa gerações e a sua filha Lis Sarmento Santana, designer, é autora dos Cards da Exposição.
Na última quinta-feira, 19/01, houve uma Roda de Conversa, no MISA, a qual esteve coordenada pelo fotógrafo alagoano Jorge Vieira, coma participação de apreciadores das artes como Fotografia e Pintura. Durante o bate-papo comentou-se sobre a importância de resgatar os patrimônios materiais e imateriais de Alagoas, em especial de Maceió, como é o caso do Museu da Imagem e do Som, situado em um bairro histórico, localizado na região portuária da capital alagoana. Com suas ruelas estreitas, seus casarios necessitados de urgentes reparos.
Durante a Roda de Conversa, do dia 19, foi lembrado que o local próximo ao MISA, ficava o ancoradouro que incrementava o comércio, favorecendo a expansão econômica. Por outro lado, os trabalhos pesados dos estivadores, que tiveram grandes sequelas físicas acarretadas pelos maus tratos com riscos à saúde e a sua segurança. Nessa zona portuária se faziam as exportações de açúcar, algodão, fumo, cereais, madeiras para construção civil e naval. As aldeias de pescadores, as pequenas comunidades. E as modificações sofridas pela retirada do que sobrava das pequenas comunidades desses pescadores. As garças e alguns barcos permanecem como estão impressas nas fotografias e nas pinturas.
1 Comentário
Que texto lindo, leve, bem escrito, lógico, articulado e sensível. Parabéns!