28 de outubro de 2024 11:18 por Da Redação
Em mais uma ação em favor dos moradores dos Flexais, região de Maceió que sofre as consequências da destruição ambiental provocada pela multinacional Braskem S/A na capital alagoana, o defensor público, e coordenador do Núcleo de Proteção Coletiva da Defensoria Pública Estadual, Ricardo Antunes Melro, voltou a defender a realocação daquelas famílias. Segundo ele, o processo em andamento na DP/AL transborda de provas em favor da retirada daquelas vítimas.
“O direito/justiça deve ir ao encontro do mundo real, e não ao mundo maravilhoso dos relatórios da Braskem” – disse ele, ressaltando que o prazo para finalização das obras de revitalização que a mineradora deve executar, terminou. As obras estão previstas no acordo firmado entre a Braskem e Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público do Estado de Alagoas (MP/AL).
O defensor público condenou as declarações de que o prazo pode ser prorrogado, considerando os problemas que aquela população enfrenta. “É muita falta de empatia dizer que não há problema em prorrogar o prazo. Sem morar lá é fácil dizer isso” – afirmou Ricardo Melro.
Em nova reunião com moradores, ele ouviu depoimentos e relatos sobre a realidade que estão enfrentando, consequência do afundamento dos bairros no entorno dos Flexais.
Reafirmando a necessidade de realocação dos moradores dos Flexais,o defensor disse que os moradores não acreditam que a região volte à normalidade, ou seja, ao cotidiano que existia antes de serem submetidos a um ilhamento social sem precedentes. No bairro, reafirma Melro, existem famílias com a saúde mental abalada e um medo crescente.
“Esperamos que a justiça seja feita!” – afirmou Ricardo Melro.
No último sábado, 26, o líder comunitário Maurício Sarmento divulgou imagens sobre um novo protesto dos moradores, diante de mais uma tentativa de Braskem e Diagonal de distorcer a realidade dos moradores das ruas Tobias Barreto e Faustino Silveira, as únicas ainda existentes na área. A multinacional impediu a participação deles na reunião que fez com uma minoria que defende permanecer na área afetada, ignorando o desejo da grande maioria que pede por realocação urgente.