3 de julho de 2020 2:00 por Marcos Berillo
A reabertura de setores da economia e do uso de espaços públicos que começa a vigorar hoje, em Maceió, vai na contramão do que recomenda o Comitê Cientifico de Combate ao Coronavírus – Consórcio Nordeste.
Documento divulgado ontem (2) pelo consórcio alerta para a possibilidade de um “efeito bumerangue” nas capitais da região, que apresentava 469.519 casos confirmados e 18.943 óbitos, até ontem.
Apesar da capital alagoana ter apresentado um crescimento moderado do número de casos (36%), cidades importantes do interior alagoano, como Palmeira dos Índios (62%) e Arapiraca (77%) apresentaram taxas altas de crescimento. Cidades menores, como Campo Alegre (310% de aumento de casos), continuaram apresentando crescimento de casos expressivos.
Uma análise dos casos acumulados por 100 mil habitantes revela taxas extremamente altas por todo estado, como em Jequiá da Praia (2.115 casos por cem mil), Porto Calvo (1.704 casos por 100 mil) e Marechal Deodoro (2.385 casos por cem mil).
Diante desse aumento assustador do número de casos no interior, a recomendação, para Maceió, é a decretação de lockdown. Isso porque como muitos pacientes do interior vêm se tratar na cidade, a ocupação de leitos já ultrapassou os 80% recomendados pelas organizações de saúde.
“Dado o iminente risco de Maceió sofrer um grande acúmulo de casos provenientes do interior, este comitê recomenda a decretação de um lockdown na cidade, que incluiria o controle das rodovias que se dirigem ao interior do estado, ou a outros estados nordestinos (BR-101)”, alerta o documento.
De acordo com a análise do Comitê Cientifico de Combate ao Coronavírus – Consórcio Nordeste, não deveria existir a possibilidade de nenhuma flexibilização ser implementada, nem no interior, nem na capital de Alagoas neste momento.