10 de julho de 2020 2:15 por Marcos Berillo
O Ministério Público do Trabalho (MPT) visitou unidades de saúde, nesta semana, e voltou a encontrar irregularidades relacionadas à saúde e segurança no ambiente laboral. As inspeções, que foram iniciadas em junho, verificam ainda a adoção de medidas para proteger os profissionais do risco de contágio pela Covid-19.
O procurador do MPT Tiago Cavalcanti alertou que a situação que mais chamou atenção foi a verificada no Hospital Portugal Ramalho, onde os profissionais estão submetidos a condições preocupantes de trabalho. Em Maceió, também foram fiscalizados o Hospital Escola Helvio Auto, o PAM Salgadinho e a Unidade de Saúde da Família Arthur Ramos, localizada no conjunto Henrique Equelmann. Em Palmeira dos Índios, o MPT fez vistoria no Hospital Santa Rita.
No Portugal Ramalho, segundo procurador, além do desgaste emocional inerente ao exercício das funções no hospital psiquiátrico, os trabalhadores estão submetidos a situações insatisfatórias e inadequadas.
“Lá, foi possível constatar déficit de pessoal, inexistência de plano de contingência em face do coronavírus, elevado número de afastamento por síndrome gripal, tendo havido um óbito, desvios de função e falta de EPIs e treinamentos. Além disso, a situação das trabalhadoras da cozinha é particularmente grave: elas compram seu próprio calçado e avental, levam seus uniformes para lavar em casa e trabalham manuseando panelas e utensílios inapropriados. Muitas delas apresentam marcas de queimadura na pele”, explicou Tiago Cavalcanti.
Já no Hospital Escola Helvio Auto, o MPT verificou que não há testagem preventiva nos profissionais de saúde e, aparentemente, o treinamento voltado a trabalhadores terceirizados não foi suficiente para instruí-los sobre a utilização correta de equipamentos de proteção individual (EPIs), a exemplo do manuseio e acondicionamento de máscaras N95.
Dentre as irregularidades encontradas, também foi possível identificar que o local destinado ao alojamento e refeições dos empregados terceirizados não é separado por sexo e possui infiltrações aparentes e mofo.
No PAM Salgadinho e na Unidade de Saúde da Família Arthur Ramos, as condições de trabalho também deixam a desejar. As referidas unidades, de média complexidade (destinadas a exames e consultas, sem internação), serão imediatamente notificadas para corrigir as irregularidades.
No Hospital Santa Rita, as irregularidades foram pontuais e de fácil solução. O Ministério Público do Trabalho em Arapiraca concedeu prazo de uma semana para comprovação das correções determinadas.
Até o momento, o MPT em Alagoas já realizou inspeções em 11 hospitais e unidades de saúde no estado. Além das unidades inspecionadas nesta semana, já passaram por fiscalização a Maternidade Santa Mônica, o Hospital da Mulher, o Hospital Metropolitano, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jacintinho, a base central do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e o Hospital Vida.
*Com assessoria
1 Comentário
Céus! Que absurdo! Brincam com a vida!