Em clima de tensão, AlmaViva deve dar férias a parte de seus 8 mil empregados em Maceió

Com três unidades no bairro Benedito Bentes, em Maceió, onde está instalada desde 2014, a empresa de telemarketing AlmaViva deve dar férias a seus trabalhadores, como forma de evitar a propagação do novo coronavírus. A medida havia sido anunciada ontem para os funcionários, que ainda não sabem se, com o decreto de emergência anunciado pelo governador Renan Filho, o serviço será suspenso totalmente, pelos próximos 10 dias.

Desde o início da semana, o clima é de permanente tensão, nas unidades operacionais e administrativas, com supervisores e coordenadores em reuniões constantes.

“Todo dia fazem reunião. A última informação, repassada hoje [sexta-feira, 20] de manhã, é que vão dar férias as funcionárias que são mães, e aos que tem familiares com 60 anos ou mais idade. E também estão testando home office” – diz Ana Rita (nome fictício), que está na Alma Viva desde setembro do ano passado.

Segundo ela, a primeira lista com os nomes dos dispensados por conta da pandemia Covd-19 deve sair ainda hoje.

Segundo informações da Secretaria de Estado do Trabalho, é em Maceió, com suas três unidades instaladas no bairro Benedito Bentes, que está o maior número de empregados pela multinacional entre as 35 sedes espalhadas pelo mundo.

Protesto

Em São Paulo, funcionários da Alma Viva cruzaram os braços e paralisaram suas atividades hoje, por temor do novo coronavírus. Com palavras de ordem como “El, el, el, queremos álcool em gel!” e “Veja não, álcool em gel é solução”, eles cobraram medidas de higienização que, segundo denunciaram, não estão sendo adotadas pela empresa.

Na manifestação, que reuniu cerca de 70 funcionários, os manifestantes denunciaram que quatro colegas estão com suspeita de contaminação pelo Covid-19.

A Almaviva respondeu afirmando que “não está medindo esforços para garantir a segurança de seus colaboradores nesse momento de pandemia relacionado ao Covid-19 (coronavírus)”.

Para tanto, formou um comitê permanente para desenvolver ações a fim de proteger os colaboradores e seus familiares. Nesse sentido, montou um plano de ação, adotando procedimentos como “a intensificação da higienização dos espaços e postos de trabalho individuais, incluindo a distribuição de álcool gel em ambientes de uso comum”.