O avanço imobiliário no bairro de Garça Torta, no Litoral Norte de Maceió, vem ocorrendo de forma destrutiva, segundo denúncias da comunidade. Nas redes sociais, a moradora Beth Krisam publicou uma foto chocante, que mostra um caminhão-caçamba despejando entulho no mangue e no rio, na entrada da Grota do Andraújo.
O material, de acordo com o relato da moradora, teria sido retirado de um terreno onde a Construtora Engenharia Bezerra está erguendo o condomínio Dom Pietro Residencial, na Rua São Pedro, “sem nenhum estudo de impacto e com muitos crimes ambientais sendo cometidos a todo momento”.
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No local, será levantado um prédio de 20 pavimentos, mais cobertura e dois subsolos, com 82 unidades residenciais. Esta informação consta em ofício que o Observatório Ambiental de Alagoas encaminhou à Procuradoria da República, alertando para os impactos sociais e ambientais da especulação imobiliária no bairro, além de solicitar providências.
“O empreendimento não apresenta destino seguro para seus rejeitos ameaçando o direito coletivo dos moradores do bairro e de toda a população de Maceió, atentando contra as barreiras de corais, contra a reprodução das tartarugas e contra os meios de sobrevivência da população pesqueira local, que tem nas águas do mar seus meios de subsistência, seja pela pesca, seja sobre os serviços oferecidos aos visitantes da praia”, diz o documento.
Eles cobram a suspensão imediata das obras e das vendas dos imóveis, “em decorrência da impossibilidade de projeto seguro para lançamento dos efluentes na atualidade e da ameaça iminente ao lençol freático, de modo a garantir que o meio ambiente, as águas subterrâneas e as águas do mar não sejam ameaçadas”.
