domingo 24 de novembro de 2024

Aneurisma cerebral: neurocirurgião explica doença que matou intérprete do Louro José

Segundo o médico, ocorrências são mais frequentes em mulheres e o risco de rompimento aumenta com a idade

4 de novembro de 2020 2:37 por Da Redação

O neurocirurgião Cícero Pacheco, da UTI Neurológica do Hospital Memorial Arthur Ramos | Assessoria

O ator Tom Veiga, que interpretava o Louro José, foi vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico decorrente de um aneurisma cerebral. Mas o que é aneurisma cerebral?  O neurocirurgião Cícero Pacheco, da UTI Neurológica do Hospital Memorial Arthur Ramos, explica que aneurisma cerebral é uma dilatação anormal de uma artéria que irriga o cérebro e à medida que ela cresce, existe um enfraquecimento da parede favorecendo a ruptura.

“O rompimento de um aneurisma causa um AVC do tipo hemorrágico. O aneurisma surge pelo enfraquecimento ou defeito da parede arterial. A pessoa pode nascer com o problema e/ou mais comumente adquiri-lo com o passar do tempo, a partir de fatores como hipertensão arterial (não controlada com medicamentos), tabagismo, uso excessivo de álcool e de drogas ilícitas, entre outros”, pontuou.

Segundo o médico, apenas 1 a 6 % da população em geral pode apresentar aneurisma cerebral. No Brasil uma média de 15 mil pessoas tem ruptura de aneurisma anualmente. Os dois principais fatores de risco para formação e/ou ruptura de um aneurisma são:  o tabagismo e a pressão alta não controlada. “Pessoas com histórico familiar de aneurisma cerebral, sobretudo parentes de primeiro grau, podem ter maior predisposição”, alertou.

De acordo com ele, aneurismas são mais frequentes em mulheres e o risco de rompimento aumenta com a idade (a média é aos 55 anos). Os sintomas são dor de cabeça súbita, sendo descrita como a pior da vida, tipo explosiva, podendo vir associada com vômitos, mal estar, perda da consciência até entrar em coma.

“Ao perceber alguns destes sintomas, o paciente deve ser levados de imediato à emergência, e internado em uma Unidade de Terapia Intesiva (UTI), de preferência, em hospitais com experiência no tratamento, já que o ressangramento aumenta em a 80 % a chance de morte”, afirmou.

Cícero orienta a avaliação precoce em pessoas que tenham histórico familiar de aneurismas, controle da hipertensão arterial, não fumar, não beber em excesso e não usar drogas para se prevenir de um AVC.

“Na descoberta de algum aneurisma cerebral em exames de imagem, deve-se procurar um neurocirurgião para avaliar as características do aneurismas e os fatores de riscos de cada paciente para decidir sobre as possibilidades de tratamento”, falou.

Fonte: Assessoria

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