domingo 24 de novembro de 2024

Judeus se manifestam contra “sequestro” da bandeira de Israel pela extrema-direita bolsonarista

11 de maio de 2020 5:21 por Marcos Berillo

Bandeira de Israel é exibida durante protesto pró-Bolsonaro | Ueslei Marcelino/@Reuters

Eles sequestraram a bandeira e o hino do Brasil, até a camisa da Seleção brasileira. Antes orgulho da nação, o time canarinho, assim como os símbolos nacionais, hoje causam repulsa em uma parcela cada vez maior de brasileiros.

“Em várias democracias ao redor do mundo radicais têm se apropriado de bandeiras nacionais para poder chamar vozes discordantes de inimigos da pátria”, alertou o jornal espanhol El País, já em 2019.

Não contente, a extrema-direita, que se entregou de corpo e alma (se é que eles a têm) ao bolsonarismo mis radical e burro também tenta se apropriar das bandeiras dos Estados Unidos e de Israel.

Não se sabe de reações por parte dos estadunidenses, mas, a exibição da bandeira de seu país de origem provocou reação da Confederação Israelita do Brasil (Conib).

De acordo com presidente da instituição, Fernando Lottenberg, a exibição da bandeira em manifestações que apelam pelo autoritarismo “pode passar uma mensagem errada sobre a composição pluralista da comunidade judaica brasileira e representar de maneira equivocada nossa posição em relação à agenda dos manifestantes e do governo”.

Leia a nota abaixo, na íntegra:

“A comunidade judaica brasileira é plural. Há judeus e judias em todos os campos do espectro político, da direita à esquerda, de centro, apoiadores e opositores do governo. Também entre apoiadores de Israel há uma grande diversidade. O uso constante de bandeiras de Israel, em manifestações como as de ontem, pode passar uma mensagem errada sobre a composição pluralista da comunidade judaica brasileira e representar de maneira equivocada nossa posição em relação à agenda dos manifestantes e do governo. A Conib tem um firme compromisso com a democracia e com as liberdades públicas e lamenta a presença de bandeiras de Israel, uma democracia vibrante, em atos em que ocorrem ataques às instituições democráticas”.

Em reportagem publicada nesse fim de semana, a Folha de S. Paulo procurou a Embaixada de Israel no Brasil, que não quis comentar o fato.

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