17 de julho de 2020 11:25 por Marcos Berillo
Thania Valença – O protesto que servidores públicos civis e militares realizaram no dia 17 de julho de 1997, em frente à sede do Poder Legislativo, ameaçando os 27 deputados estaduais caso não aprovassem o impeachment do então governador, é um dos maiores acontecimentos da vida política alagoana. O episódio, concluído com a renúncia do então governador Divaldo Suruagy, completa hoje 23 anos.
Eleito, em 1994, para o terceiro mandato, Suruagy enfrentou, sem êxito, uma crise político-financeira que forçou sua renúncia. Sem receber salários por quase nove meses, o funcionalismo derrubou o governador do Estado.
Assim, praticamente uma lenda da política de Alagoas, chegando a ser tido como um mito, o economista Divaldo Suruagy encerrava de forma trágica e melancólica , seu terceiro mandato como governador.
O estado viveu dias tensos. Sem forças para enfrentar a crise, o governador não sabia o que fazer diante da confusão crescente. Convocado para reforçar a segurança da Assembléia Legislativa, o Exército acossou os servidores até expulsá-los da Praça Dom Pedro II, no Centro. As diversas categorias do funcionalismo exigiam a queda de Suruagy que, tentando refrear a insatisfação generalizada, pediu licença do cargo por tempo indeterminado.
Com a licença, o então vice-governador Manoel Gomes de Barros, o Mano, assumiu. Menos de quatro meses depois, com uma decisão judicial que o obrigava a reassumir o governo, e ainda sem soluções para a crise, Suruagy renunciou ao mandato em 2 de novembro de 1997.
O episódio histórico mostra que, apesar da farsa de muitos, na atividade política não há heróis, nem mitos.