sábado 23 de novembro de 2024

Tempos Modernos, Vai lá saber.

Quando criança íamos a casa de praia de tia Zezé, em Paripueira, lá não tínhamos energia elétrica, mas sabíamos. A noite era aceso os lampiões de querosene, tochas e velas

12 de fevereiro de 2022 7:12 por Eleonora Duse Leite

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Podemos afirmar que estamos vivendo em clima de guerra. Temos passado por momentos surreais, tal o que vivemos na semana passada…

No corre-corre louco que estamos voltando a ter ultimamente, nada mais desgastante do que acordar logo pela manhã e se deparar ao abrir a torneira, e cadê água? Isso já nos deixa cheia de desconforto e desespero, e para completar, às 11 da manhã outra surpresa, a rede elétrica é desligada sem justificativa ou aviso prévio. O engraçado disso tudo, se é que é engraçado, acontece tudo de uma vez só, que nos faz pensar em combinação dos serviços essenciais para o bem comum, sem mencionar que estamos sem o recolhimento de lixo por uma semana. Colocamos o nosso lixo diário três vezes: segunda, quarta e sexta, não passou, achávamos que era engano dos dias, passamos a colocar terça, quinta e sábado e nada, ai sim, descobrimos que não estava mesmo passando, sendo assim nos obrigavam a ficar com o lixo em nossas portas por mais alguns dias, o que não seria possível… E o que fazemos? Moramos numa rua esquecida, que não passa turista e não é a principal que leve a lugar importante, mas pagamos nossos impostos e temos direito a nos sentir seres humanos e limpos. Pois é.

Realmente isso nos faz lembrar de que deixamos de ter uma empresa Casal, Ceal e Cobel, que tanto descasos nos deram e hoje estamos a mercê de outras, que tínhamos a esperança de dias melhores, mas creio que isso não ira acontecer, visto que continuamos em lugar comum… Somos atendidos por atendentes virtuais que mal entendem o que falamos e quando conseguimos falar com alguém que imaginamos é de “carne e osso”, nos diz: Informamos que o nosso sistema está inoperante, ligue daqui a meia hora… Ufa! Como ter paciência, se já são 17:43 e nada de energia, água ou retirada do lixo da porta de casa?

Lembro-me que quando criança íamos a casa de praia de tia Zezé, em Paripueira, lá não tínhamos energia elétrica, mas sabíamos. A noite era aceso os lampiões de querosene, tochas e velas também, mas tínhamos a certeza de que era assim, não se pagava conta e não precisava falar com atendentes virtuais, tudo era mais simples, sem tanta complicação ou desgastes e acredite, a vida era muito boa e éramos crianças. A geladeira era movida a querosene ou a gasolina ( que saudade do preço que era), a água era gratuita, era de rio ou de bomba manual, só tínhamos que nos preocupar de quem seria nossa acompanhante, enquanto uma tomava banho a outra bombeava pra outra, mas isso era de menos, tudo era uma graça.

Acompanhe meu raciocínio, hoje existe televisão, microondas, geladeira, ar condicionado, ventilador, computador, celular( o novo faz tudo) e outras coisas mais para facilitar , melhorar a vida e o bem estar das pessoas, além das facilidades de comunicação, porém o que foi inventado hoje, está nos trazendo trabalho e dificuldades, não é correto?

Os rios estão cheios, cheios até demais causando enchentes por esse Brasil afora, as barragens estão trabalhando a todo vapor com capacidade máxima e satisfatórias, contas chegam, contas são pagas, mas, a qualidade dos serviços ficam a desejar, e isso me faz lembrar do tempo da pedra… Infelizmente não podemos voltar atrás, ao tempo dos lampiões, das tochas, do banho de rio ou ao lavado de roupas, os tempos modernos também os mudou, eis o problemas e nós sem solução.

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