sexta-feira 22 de novembro de 2024

Maracanã, 70.

16 de junho de 2020 5:46 por Geraldo de Majella

 

Estádio Mário Filho, o Maracanã

Maracanã, É nossa catedral, E com a Mangueira do seu lado, é bom sinal. É futebol! É carnaval! Paixão igual a do meu povo Eu não conheço nada igual. Cem mil pessoas no calor de uma final. E o samba explode na geral.(Francis Hime)

Hoje, o Estádio Jornalista Mário Filho completa 70 anos. Entre o Maracanazzo na Copa de 50 e a reforma para a Copa de 14 (que descaracterizou o estádio tombado pelo IPHAN), passando pelo show de Frank Sinatra e pela visita do Papa João Paulo II, eu guardo boas recordações deste templo do futebol.

O sonho de menino da periferia de São Paulo em conhecer o então maior estádio do mundo, se concretizou de modo peculiar: no segundo jogo da final do campeonato brasileiro de 1984, entre Fluminense e Vasco. Lá fomos meu Pai e eu, pela viação Cometa numa viagem madrugada adentro. Rio de Janeiro era uma utopia para o menino paulistano. O Maracanã, um Panteão.

Maracanã imenso e senhor dos estádios diante de nós, já na manhã que antecedia a grande final. Lembro-me dos bares do entorno, da frustação da distância entre o estádio e a praia carioca (uma ilusão de que todos os sonhos estariam no mesmo cenário), da aura de um imenso templo do futebol.

No domingo ao adentrar, deparei-me com uma enorme festa de cores e sotaques que não estavam no meu imaginário. Da arquibancada e com ângulo privilegiado, o gramado, a geral e os Geraldinos, agora excluídos das praças esportivas. Minha experiência até então, resumia-se ao charmoso Pacaembu e ao majestoso Morumbi.

De um lado, o Fluminense de Ricardo Gomes, Branco, Assis, Romerito, Assis e Washington, com Carlos Alberto Parreira. Pelo Vasco da Gama, Arturzinho e Roberto Dinamite, time mais modesto, mas guerreiro. A arrepiante festa, com lúdicos cânticos da torcida tricolor ao final da partida, ficou gravada em minha memória para sempre. Foi um emocionante 0 a 0. Fluminense campeão brasileiro!

O retorno a São Paulo foi mais rápido que o Cometa! Num Electra da Varig, como um estalo estávamos em casa. Foi a primeira de tantas idas ao Maracanã com boas histórias, mas deixo para outra ocasião. Parabéns Maracanã, 70 anos!

(*)Edson Domingues, sociólogo, graduado pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo

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