25 de agosto de 2020 1:03 por Marcos Berillo
A queda vertiginosa no número de mortes por Covid-19 na capital e no interior de Alagoas pode indicar que o Estado está no caminho do “novo normal”, segundo disse o governador Renan Filho (MDB) durante entrevista coletiva nessa segunda-feira (24).
Em Maceió, na semana de 16 a 22 de agosto, uma pessoa morreu vítima do novo coronavírus, um número muito distante dos 109 óbitos que ocorreram de 17 a 23 de maio, o pico da pandemia na cidade.
No interior, a última semana epidemiológica, entre 16 e 22 de agosto, contabilizou 19 óbitos, ante 112 mortes registradas na semana epidemiológica 25, ápice da letalidade no interior, entre os dias 14 e 20 de junho.
Após 13 semanas consecutivas de queda, a curva descendente do indicador surge como mais um importante dado para justificar as recentes mudanças de fases no Plano de Distanciamento Social Controlado.
No somatório geral, em Alagoas, houve queda de 200 mortes no pico, entre 24 e 30 de maio (semana 22), para 20 óbitos entre 16 e 22 de agosto (semana 34). É o menor índice em 17 semanas, sendo 13 consecutivas com queda.
Sobre a Taxa de Ocupação de Leitos com Respiradores, a média mais recente ficou em 35,2%. Na Taxa de Ocupação de Leitos Geral o percentual cai ainda mais: 22%.
Ao analisar os demais parâmetros da Matriz de Risco por Semana Epidemiológica – Taxa de Letalidade (2,4%) e Razão de Casos Ativos por Casos Recuperados (0,06) –, observa-se que, dos seis indicadores, cinco estão com bandeira verde e apenas um (Quantidade de Leitos com Respiradores por 100 mil habitantes) com a azul, numa configuração que já remete há pelos menos 15 dias.
De acordo com Renan Filho, as ações e investimentos governamentais, somados à atitude de uma parcela da população, em respeito às medidas de prevenção, contribuem para este cenário.
“É o grande sinal que Alagoas está estruturada para, por um lado, oferecer atendimento para Covid-19 a quem precisa e, por outro, compromissada por meio do esforço de seus cidadãos – sem contar outra parcela da sociedade já imunizada. Por isso, a gente tem atingido esse resultado, que é talvez o resultado mais arrojado do país inteiro nesse momento. É um resultado muito significativo”, considerou.
Pandemia no interior
No interior de Alagoas, com quase o dobro da população de Maceió, a trajetória da pandemia pode ser considerada semelhante à capital em alguns aspectos, mas há diferenças no modo como a transmissão se propagou, como o atraso de quatro semanas entre a ocorrência dos picos.
Em Maceió, tanto a incidência quanto a dissipação ocorreram mais rapidamente. “A Covid-19 cresceu com uma curva íngreme, mas também caiu como uma curva mais íngreme. Mais íngreme que no interior”, atentou Renan Filho.
“Por que isso ocorre? Porque nós tomamos uma série de medidas, as pessoas também e no interior há um isolamento natural. Mais pessoas moram na zona rural da cidade. A doença demorou mais a chegar a algumas regiões de Alagoas. Isso garantiu que, por isolamento social, nós conseguíssemos atender a todas as pessoas na rede hospitalar do estado”, concluiu.
Durante a coletiva, Renan Filho esclareceu que é inverídica a informação sobre um possível epicentro da pandemia em algum município ou região do estado no momento. “Tem gente discutindo epicentro da Covid-19, como se ela estivesse forte em alguma área de Alagoas. O pico já passou em todas as regiões. Como Arapiraca é epicentro se, em junho, tivemos 414 mortes e em agosto, até o dia 22, tivemos 85?”, indagou.
A partir desta terça-feira (25), as cidades localizadas na 09ª e 10ª Região Sanitária (Médio e Alto Sertão alagoano) vão avançar da fase laranja para a fase amarela do Distanciamento Social Controlado. Os demais municípios também seguem na bandeira amarela e a capital permanece na fase azul.
*Com Agência Alagoas