sábado 23 de novembro de 2024

Seminário vai mostrar que privatização da Casal deixará mais de 50% dos alagoanos sem água potável

21 de setembro de 2020 2:47 por Thania Valença

Projeto do governo é vender a Casal para o setor privado
Foto: Divulgação
Organizado pela Auditoria Cidadã da Dívida e pelos sindicatos dos Policiais Civis (Sindpol/AL), dos Urbanitários, dos Trabalhadores da Justiça (Sindjus/AL) e dos Previdenciários (Sindprev/AL), acontece nesta terça-feira, 22, a partir das 19h, o Seminário virtual Dívida Pública e Privatização da Água. O acesso será pelo Canal do Youtube da Auditoria Cidadã da Dívida (ACD), no endereço(https://www.youtube.com/user/auditoriadidada).
O objetivo é mostrar à sociedade alagoana o que pode acontecer após a privatização da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal), cujo leilão está marcado para o dia 30 deste mês.
O tema será debatido com a participação de Maria Lucia Fattorelli, coordenadora nacional da Auditoria Cidadã da dívida; José Menezes, professor de Economia da Ufal e coordenador do Núcleo Alagoano da ACD, e de Dafne Orion, presidente do Sindicato dos Urbanitários.
Na divulgação do evento, as entidades apresentam respostas para algumas questões com as quais os alagoanos precisam se preocupar. E lembram que a Casal é uma empresa superavitária que, no ano passado, deu lucro de R$ 62 milhões ao Estado.
Detalhes sobre a privatização da Casal:
1 – Por que todos devem se engajar na luta contra a privatização da Casal?
A população de Alagoas, que precisa de água, especialmente neste momento de pandemia, necessita saber que a privatização da Casal resulta do processo de renegociação da dívida pública alagoana, conforme consta na Lei Complementar nº 156/2016, que alongou a dívida por mais 20 anos, exigindo a privatização de todas empresas estatais que restam. Dessa forma, depois de privatizar a Ceal por R$ 50 mil, agora o governo Renan filho pretende privatizar a Casal.
Neste processo, é importante lembrar que uma parte grande da atual dívida alagoana se originou da liquidação do Produban. Ou seja, uma dívida produzida pelos usineiros que continua a ser paga e que agora exige a entrega da Casal. Enquanto isso, uma parte da população vai pagar a água cada vez mais cara e a outra vai ficar sem água. Isso se deve porque o governo pretende entregar ao setor privado a área metropolitana de Maceió, e a Casal ficará para atender as cidades do sertão. Já a área de Arapiraca foi privatizada. Desta forma, sem subsídio cruzado, onde as regiões de maior renda financiam as regiões de menor renda, os municípios do sertão ficarão sem abastecimento.
O BNDES também está exigindo a privatização da água, mas esse mesmo banco público liberará 80% do dinheiro para a privatização da Casal. É o BNDES que financiará a compra da Casal.
É fundamental que a sociedade alagoana entre na luta para garantir o acesso à água para todos.
2 – Quem sofrerá com a privatização?
Com a privatização, a conta da água se tornará mais cara e poucos poderão pagá-la. A população carente ficará sem água.
A privatização irá pôr fim ao subsídio cruzado, que funciona para o equilíbrio de atendimento à toda a população. O município maior e mais rico, como Maceió, ajuda a pagar os custos da água em cidades menores e mais pobres. Sem o subsídio, os mais pobres jamais teriam água da Casal em casa porque o valor da tarifa será mais caro. Mais de 50% da população de Alagoas correm o risco de ficar sem água tratada.
3 – Qual a importância da água para o combate à Covid 19
O acesso à água é fundamental para combater à Covid-19. A lavagem regular das mãos combate a Covid-19 e outras doenças. O governo tem que garantir o acesso à água abundante e limpa para toda a população.
Com Assessoria

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