22 de agosto de 2021 9:41 por Eleonora Duse Leite
Quase que de repente as luzes se apagam, e um foco de luz faz pausa num canto da sala… Era noite escura, sem estrelas, era dia do folclore, tinha Prêmio Gustavo Leite e ele veio para comemorar…
Para nós da família é sempre um dia de reflexão e saudade, pois lembramos facilmente como ele era e do papel que representava para nós e para os amigos que considerava e o considerava. Amigo fiel e protetor. Foi amigo sempre, mas poucos amigos teve(realmente).
Imprensado e varão, soube ser filho maravilhoso e dedicado. Irmão extremoso e afetuoso. Tio dedicado e carinhoso. Sobrinho exemplar e prestativo. Primo atencioso e conselheiro. Cunhado observador e perspicaz. Esse foi o Gustavo que tivemos, convivemos e amamos até o último ano de 2002.
Desde pequeno habituou-se com a arte e com artistas das diversas áreas. Profissional de mão cheia. Criador e criatura do bem. Criou e idealizou diversos projetos artístico-culturais como: Velas Artes, Shopping das Artes, São Sebastião, Cidade rendeira. Com sua empresa Urdimento Produção Cultural, executou a ambientação e produção artística da ARTENOR, a Vila Cenográfica Quilombo dos Palmares e a Vila Alagoas Terra da Liberdade. Nos seus últimos anos incentivou, apoiou e divulgou o nosso artesanato através do SEBRAE/AL no qual assumiu uma consultoria técnica, levando o nome de nossos artistas populares para o Brasil. Mas, seu caminho era bem diversificado, como cenógrafo e iluminador cênico desenvolveu trabalhos inúmeros em cenografia, iluminação e figurinos em especial para o Ballet Iris de Alagoas e Ballet Emília Clark – Eliana Cavalcante e Emília Clark por quem nutria amizade estreita e admiração.
Era feliz, realizado e extremamente responsável pelo que fazia e pelo que cativava. Responsável pelos pais, irmãs, sobrinhas. Hoje já existe Gabriel e Davi, que darão continuidade a Família Pontes Leite. Sempre rodeado por belas mulheres, a partir de sua mãe, seguida pelas irmãs e logo depois pelas sobrinhas. Nutria dedicação exclusiva pela família, e por ela era capaz de tudo fazer sem medir esforços. Ele era o máximo e ninguém diria o contrário.
Por ser artista nato e conhecedor da beleza mais pura. Sempre assediado por muitos para fazer produção. Ninguém melhor do que ele sabia o que cabia a cada espetáculo. Detentor de uma sensibilidade a flor da pele. Ingênuo, sem maldade, um ser que acredito, depois não apareceu mais nenhum. Um ser que não pertencia a esse planeta. Talvez, tenha sido por isso que viajou tão rápido, assim como uma estrela cadente… viram? Ele já passou.