9 de setembro de 2022 11:42 por Mácleim Carneiro
Mesmo sem eu ser um acumulador consciente, volta e meia é preciso desentulhar coisas acumuladas ao longo do tempo. Recentemente, nesse processo fengshuiano, encontrei uma prova feita no meu tempo de estudante de jornalismo, para a matéria Cinema, ministrada pelo querido e saudoso professor Elinaldo Barros, do qual tive imenso prazer e sorte em ter sido seu aluno, em aulas memoráveis sobre a sétima arte.
A minha nota na prova foi um dez, porém, o comentário do mestre é que foi tudo. Escreveu ele: “Gostei da viagem” (foto). Pelo o que eu deduzi, ao ler a prova depois de tanto tempo, assistimos o filme Barbosa, do cineasta Jorge Furtado, para depois comentá-lo. Ousarei transcrever a minha “viagem”, como classificou o querido professor Elinaldo.
“Em 1950 eu tinha oito anos antes de nascer. Embora, ao nascer, tenha nascido campeão do mundo, nasci ainda sob o signo da frustração, da humilhação e da derrota que ‘Barbosa’, o filme, e Barbosa, o goleiro da seleção brasileira, engendraram, antes de mim, para toda uma nação.
Silenciar sobre o enredo de 1950 nunca foi possível e nunca será, pois o silêncio esgotou-se, engoliu a si mesmo e foi engolido pelos milhares de cada um, que foram a alma de um país gigante que, naquela tarde, coube inteiro dentro de outro gigante chamado Maracanã.
No filme de Jorge Furtado, o passado e o futuro se encontram pela ficção. Na alma do torcedor brasileiro, esperança e frustração se encontram e se renovam pelas possibilidades que o filme propõe. A quem cabe a culpa na crença inabalável do que pode acontecer? Essa reflexão, proposta por ‘Barbosa’, o filme, poderia ter perpassado Barbosa, o goleiro, ao apito final do sonho de 1950. Contudo, qual de cada um de nós, brasileiros, poderia responder ou defender essa penalidade máxima? Barbosa, Jorge Furtado, professor Elinaldo, eu, você, brasileiros e uruguaios, não temos mais prorrogação nem prerrogativa.”
Fim!
No +, MÚSICABOAEMSUACIDA!!!
1 Comentário
Viajem fiz agora só ler sua crônica !