2 de outubro de 2023 9:20 por Mácleim Carneiro
O projeto Primavera no Sobrado, que teve o Clube do Jazz Maceió apresentando Cris Braun, Leureny, Dandara Ruffer, Fernanda Guimarães e a Ana Gal (foto) encerrando-o com todas as chaves do mais valioso mineral terrestre ou dos reinos apolíneos, aconteceu durante todo o mês de setembro, no Café do Sobrado, graças à sensibilidade e bom gosto musical da Eveline, que tem mantido as portas abertas para um tipo de música pouco vista e ouvida por aí.
Falo da música rica e bela em todos os elementos e fundamentos Evelineque qualificam e robustecem a percepção de que podemos passar longe da mediocridade. Em projetos como esse, ela resiste bravamente, apesar da crescente e constante tentativa em silenciá-la. Tal prática, tem se tornado usual nos diversos níveis de gestão pública, passando pela homogeneidade das plataformas de streaming e redes sociais, até chegar aos veículos da mídia hegemônica e mercadológica.
Porém, o que presenciei e vivenciei no Café do Sobrado foi de uma luminosidade e harmonia tais, que pude até vislumbrar um sopro de esperança na tal luz do fim do túnel e, sobretudo, pressentir que tanta qualidade e sensibilidade musical nunca estarão sozinhas, pois sempre haverá um público correspondente e a altura do que lhe é ofertado.
Alyson Paz, Dinho Zampier, Everaldo Borges, Félix Baigon (bem rotulado pela Eveline, como ‘locomotiva do jazz’) e a maravilhosa Ana Gal (foto2) entregaram muito em performance e repertório, que me senti privilegiado e orgulhoso por estar ali. A música e o desempenho de seus protagonistas foram tão mágicos e oníricos, que até imaginei estar no Carnegie Hall ou qualquer outra grande sala de espetáculos desse planeta, afeitas e afins da música por excelência.
Ana Gal, nos criativos duetos com cada um dos músicos, esbanjando técnicas vocais e musicalidade extrema, ou no show de skats, como só as mais belas divas do jazz sabem fazer, ou ainda pela dramaticidade interpretativa e emocional, que ela soube tecer em Esquinas, dando a esse belo blues do Djavan uma interpretação comovente e inesquecível, ratificou-me a certeza de que está pronta e lapidada para brilhar em qualquer mundo ou lugar. Então, que venham novas primaveras, por aqui e alhures!
No +, MÚSICABOAEMSUAVIDA!!!!