28 de abril de 2024 11:19 por Da Redação
Por Geraldo de Majella
Para o prefeito João Henrique Caldas (PL), a campanha eleitoral de 2024 começou desde que assumiu o mandato em 1º de janeiro de 2021. A máquina de propaganda não parou. A oposição, sonolenta, sinaliza com quatro candidatos: o advogado Ricardo Barbosa (PT), o ex-vereador Lobão (Solidariedade), a jornalista Lenilda Luna (UP) e o deputado federal Rafael Brito (MDB).
O prefeito busca a reeleição e, para seus aliados e auxiliares próximos, o pessoal da copa e cozinha, diz ser imbatível. Essa visão têm os vereadores da base do prefeito, que veem a reeleição como garantida. Dos mais experientes aos neófitos, a venda dos bairros afundados à Braskem, por JHC, sacramentou a vitória.
No entanto, o efeito surpresa para quem acredita no “já ganhou” – o primeiro do que poderia se transformar numa série – surge na CPI da Braskem no Senado Federal. O procurador-geral da Prefeitura de Maceió, João Lobo, foi encurralado pelo senador Omar Aziz (PSD-AM), ao ser perguntado sobre a compra do Hospital do Coração, por R$ 266 milhões e transformado no Hospital da Cidade.
João Lobo titubeou e não conseguiu explicar a compra, que os senadores consideraram superfaturada. Lobo, sem pretender, foi o primeiro homem-bomba no caminho da reeleição de JHC. A máquina de manipulação da Prefeitura de Maceió e da campanha de João Henrique Caldas não tem conseguido esconder o desastre que foi o depoimento do Procurador Geral de Maceió.
Na linguagem do futebol, o ataque que parecia ser uma máquina de fazer gols começa a se preocupar com a defesa. O contra-ataque não foi da oposição, mas da CPI, dos senadores Omar Aziz, Rogério Carvalho (PT-SE) e Otto Alencar (PSD-BA), que precisam mostrar ao Brasil e a Alagoas algum resultado positivo dessa CPI. O imponderável na política e na vida acontece, e para JHC, teve início o jogo transmitido ao vivo pela televisão e pela internet.
A oposição, que ainda não demonstrou seu potencial de força nas redes sociais e nas ruas na pré-campanha, certamente apontará suas baterias contra a administração municipal. O prefeito JHC, impávido, pensou que com os bilhões da Braskem e dos empréstimos externos ergueria seu Domo de Ferro, um sistema de proteção contra os adversários.
O Domo de Ferro de Israel, apresentado ao mundo como um escudo intransponível aos mísseis lançados pelo Irã, não os impediu de atingirem alvos em Israel. A barreira armada com bilhões de reais não se mostrou intransponível para o prefeito de Maceió.
O míssil foi disparado na CPI da Braskem no depoimento-confissão do procurador João Lobo, rompendo o Domo de Ferro do prefeito João Henrique Caldas.
Entre os candidatos a prefeito do campo oposicionista, o deputado federal Rafael Brito é disparado o que tem mais condições – tempo de televisão, fundo partidário, apoio do governador, do senador Renan Calheiros, do ministro Renan Filho etc. – para liderar a batalha com poder para ampliar o furo no Domo de Ferro do prefeito JHC.
A oposição, para empatar e virá o jogo, terá de usar como tática eleitoral a guerrilha nas redes sociais e nas ruas.