5 de fevereiro de 2024 1:40 por Da Redação
Por Thiago Correia, do Portal na Rede
Um sobrevôo com a utilização de um drone realizado nesse domingo, 05 constatou que a cratera da Mina 18 segue em processo de aumento e engoliu um equipamento da mineradora Braskem. Uma gaiola de metal que armazenava dutos de metal usados no processo de perfuração de poços para fechamento das minas, desapareceu em meio a cratera que visivelmente continua ampliando seu raio.
A gaiola acabou sendo deixada na região da mina 18 após a evacuação de emergência no dia 23 de novembro do ano passado e nunca foi retirada por conta das várias rachaduras detectadas no local. Após o colapso da mina, no dia 10 de dezembro, a gaiola com os dutos acabou ficando numa região próxima da delimitação da cratera.
Uma foto do registro do sobrevôo um dia após o dolinamento, mostra que a gaiola ficou ainda em solo, mas bem próximo da faixa de água e cerca de quase 2 metros da borda da cratera.
Outros registros feitos em dias seguintes vão mostrando a evolução da faixa de água, evidenciando o quanto a região continua num elevado afundamento. Em poucos dias a gaiola ficou completamente dentro da faixa de água da Lagoa. Depois que a água da lagoa começou a ficar menos turva os registros conseguem evidenciar ainda a proximidade da borda da Cratera com a região onde estão os equipamentos.
No sobrevoo feito nesse domingo, a gaiola havia simplesmente desaparecido, engolida pela cratera que segue avançando rumo à região da Base de Mineração da Braskem.
Novos registros mostram o forte avanço da borda da cratera. Toda região que atualmente está isolada está há poucos metros do início da dolina que se aproxima de novos equipamentos e de uma edificação que está no local e muito em breve também deve ser engolida.
Profundidade também segue aumentando
No último dia 19 a Braskem comunicou oficialmente a ANM que uma atualização do exame de batimetria realizada na Lagoa Mundaú, detectou pontos dentro da cratera formada pelo dolinamento da Mina 18 com até 12,8m de profundidade. Os exames anteriores haviam atestado que a profundidade seria de 10m.
Rachaduras também aumentam
O mesmo sobrevôo também evidencia o aumento significativo de rachaduras no solo da região. O que antes representavam apenas fissuras no entorno da mina dias após a formação da cratera, hoje são rachaduras significativas com ondulações de solo bastante perceptíveis que indicam claramente que a região deve desabar em breve.
Além do aumento na intensidade das rachaduras, elas também começam a surgir cada vez mais próximas do ponto de isolamento estabelecido antes da suspensão dos trabalhos na região.