2 de agosto de 2023 11:16 por Da Redação
O litoral de Alagoas tem sido vandalizado pela especulação imobiliária. Essa não é uma afirmação genérica. Na década de 1980, com o beneplácito dos órgãos de controle ambiental, foram construídos hotéis na foz de rios.
Maragogi e São Miguel dos Milagres são dois exemplos emblemáticos. Os manguezais eram e continuam sendo o alvo da especulação desenfreada.
O Litoral Norte de Maceió é a bola da vez a construção de espigões à beira-mar, que têm sido aprovados pela prefeitura. O Instituto do Meio Ambiente (IMA) procura relativizar o crime contra a natureza, fornecendo autorizações e abrindo, desta forma, a porteira. Os órgãos federais – Ibama e Superintendência do Patrimônio da União (SPU) – fecham o circuito.
O cenário é perfeito para o crime ambiental adquirir o status de legalidade e normalidade no Paraíso das Águas.
Do Ministério Público Federal (MPF) e Ministério Público Estadual (MPAL) espera-se a apuração sobre quem foram os funcionários públicos que autorizaram a construção do condomínio Morada da Garça.
Os dois MPs precisam ouvir a comunidade, os especialistas, para se inteirar da situação específica do crime praticado em Garça Torta, mas, também, das agressões ocorridas reiteradas vezes no Litoral Norte de Alagoas, a região que mais tem sido agredida com crimes ambientais e em cujos órgãos responsáveis estão, propositalmente, ausentes.