Sentimentos de pesar
18 de setembro de 2023 5:34 por Mácleim Carneiro

Hoje, o canto coral alagoano, a cena musical de Alagoas e, sobretudo, o Coretfal, amanheceram silenciosos e tristes, com imenso sentimento de perda, pela passagem da maestrina e querida amiga Fátima Menezes.
Se a cena do canto coral em Alagoas é plural e quantitativa, muito se deve a maestrina Fátima Menezes, pelo seu constante empreendedorismo em busca da qualificação artística e musical, não apenas do Coretfal, mas de todo esse segmento.
Certa vez, ela afirmou:
“Ser maestrina é compartilhar a música, as emoções. É envolver todo mundo na melhoria das relações humanas, é crescer, aprender e ser melhor.”
Particularmente, sempre tive uma grande admiração por tudo o que ela era e representava.
Jamais esquecerei de quando, ao chegar ao aeroporto de Recife, vindo da Europa, encontrei com ela e o Coretfal, que também chegavam do velho continente, e ela gentilmente me ofereceu uma carona, no ônibus do coral, até Maceió.
Meus sinceros sentimentos de pesar, extensivos à toda família e ao canto coral alagoano, que teve na maestrina um alicerce fundamental para o que se construiu nesse segmento.
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Felix Baigon
12 de setembro de 2023 9:29 por Mácleim Carneiro

Ele é um desses amigos que a música escolheu e disse: toma, cultive-o, pois é para sempre!
Além disso, é um grande e generoso músico, produtor musical e compositor de extrema sensibilidade.
Aliás, sensibilidade e um coração do tamanho do mundo, certamente, definem com precisão quem é Felix Baigon (foto).
Certa vez, o entrevistei para o quadro Camarim do Revista Educativa, precisamente em outubro de 2006.
Lembro que a primeira pergunta foi essa: Porque você resolveu deixar o nosso balneário e ir para o Rio de Janeiro?
E, claro, a resposta foi com o humor fino, que lhe é peculiar: “Olha só, isso daria uma CPI (risos).”
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Dos livros que li

São tantos os clássicos que ainda não li e que pretendo lê-los, que tenho desapercebido de alguns escritores que estão muito bem posicionados nas prateleiras do mercado literário. É o caso do português Afonso Cruz, que além de escritor é também ilustrador, músico e cineasta. Com apenas 52 anos, já tem mais de trinta livros lançados. Alguns, com títulos bem interessantes, como: Jesus Cristo Bebia Cerveja, A Carne de Deus, Assim, Mas Sem Ser Assim, Como Cozinhar Uma Criança, O Macaco Bêbedo Foi à Ópera, Paz Traz Paz…
Quem me conhece sabe que o melhor presente que eu poderia receber é um livro. E foi assim que tomei conhecimento do escritor Afonso Cruz, por meio do livro ‘Vamos Comprar Um Poeta’, lançado em 2016. Fosse eu um crítico literário, certamente, iria classificar essa obra pelos rigores acadêmicos, porém, como folgo em não sê-lo, valho-me das minhas emoções e impressões precárias, para dizer que li um livro intrigante e provocativo, quase desconfortável, sem no entanto ser. São apenas 91 páginas, com capítulos bem curtos que, quando dei por mim, havia consumido de uma só pegada.
Antiutilitarismo
A distopia de um mundo numeral, valorado em medidas e quantitativos, certamente, é um mundo bem visível aos olhos da realidade capitalista. Para contrapor-se a esse mundo, o autor, por meio da personagem narrativa, que um belo dia pede ao pai para adquirir um poeta e o leva para casa, descreve, com imensa sensibilidade, a verdadeira utilidade do que é inútil, e aloca a dimensão do antiutilitarismo pela perspectiva das artes e da poesia, mensurando em palavras o seu imensurável valor.
Trata-se de uma obra sensível, inteligente e atualíssima, cujo apêndice é tão importante e esclarecedor quanto a trajetória percorrida desde a primeira página do primeiro capítulo. Esbarrar em construções afirmativas de que os versos libertam as coisas, é um achado delicioso. ”Quando percebemos a poesia de uma pedra, libertamos a pedra de sua “pedridade”. Salvamos tudo com a beleza. Salvamos tudo com poemas.” Ao escrever que “a ausência de utilitarismo numa obra de arte não lhe retira o pragmatismo”, Afonso Cruz, com seu belo livro ‘Vamos Comprar Um Poeta’, ratifica em mim o que insisto em crer: a arte tem um fim em si mesma!
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Dos Livros Que Li
30 de agosto de 2023 10:40 por Mácleim Carneiro
Sou daqueles que acham que um é pouco, dois é bom e três são suficientes para que tenhamos a noção exata da genealogia criativa e estrutural de um autor e sua obra literária, musical ou lítero-musical, como queiram. Portanto, o grande Celso Viáfora, com o lançamento do seu terceiro romance, ‘Balada do Tempo Inacabado’, e quarto livro, pois o livreto que encarta o CD A Vida É constitui um belíssimo e importante tomo, nos revela a coerência do estilo de um escritor maturado, cuja vivência tem sido vasta em argumentos ilimitados à criatividade. Como mestre, tece sua prosa poética repleta de sonoridades e objetividade assertiva, atributos conferidos a quem possui habilidades do admirável e improvisa matéria-prima e ferramenta a um só tempo.
Sou daqueles, também, que acham que o prefácio de um livro tem a prerrogativa do aroma que prenuncia o quanto saboroso ele será. O prefácio escrito por Vinícius Calderoni (ele foi o montador do premiadíssimo filme Os Sapatos de Aristeu, do querido René Guerra) traduz essa possibilidade e vai da pessoalidade declarada até ao ponto de vista preciso sobre a obra, findando com a substância dessa frase: “A leitura termina, mas o livro continua – como a vida.” Destarte, depois de lê-lo, quem seria capaz de negá-la?
Romance Histórico
Em ‘Balada do Tempo Inacabado’ o autor usa a terceira pessoa para a narrativa e cunha artifícios, tipo uma espécie de disortografia (longe do conceito de transtorno), como recurso para descrever os sonhos do protagonista. Per se, evidencia engenhosidade em narrativas diferenciadas e estimulantes, onde duas personagens coabitam um só ser, em tempo e espaços definidos e delimitados cronológica e geograficamente. Porém, reforça arquétipos, que apresentam padrões de comportamento e emoções distintas, onde o amor, adornado pela atmosfera musical da narrativa, perpassa questões climáticas, econômicas, políticas e pandêmicas, fazendo-se tão imponente quanto a Cordilheira dos Andes, num amálgama criativo entre ficção e fatos reais. Mais uma vez, para nosso gáudio, o amor é o cerne de outro belo e instigante romance histórico do Mestre Celso Viáfora.
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Céu de temporão
29 de agosto de 2023 9:21 por Mácleim Carneiro

Se fosse um filho, o álbum ‘A Cor do Céu Mudou’, da banda Dharma, seria um filho temporão. Fisicamente, ele existe desde 2016, porém, só aconteceu depois de um hiato de doze anos após o lançamento do primeiro disco da banda em 2004. Tamanha hibernação parece ter sido favorável ao amadurecimento, pois, de acordo com os releases à época do lançamento, ocorreu uma mudança, sobretudo no que tange à sonoridade da banda, pelo ponto de vista da pegada rock and rool, que antes era mais crua, recheada de distorções, algo como new metal e grunge. De volta à cena, eles preferem dizer que são simplesmente rock.
O título do álbum revela um paradoxo em relação ao que acontece musicalmente ao longo de suas faixas. Se a cor do céu realmente muda em sua dinâmica própria e a sua forma tem essa dinâmica ainda mais acelerada pela mudança constante das nuvens, esse trabalho da Dharma não espelha este conceito ao pé da letra. Em sua maioria, as músicas são um tanto lineares melodicamente, quase monocromáticas, embora haja uma preocupação em arejar as levadas. Fato que demonstra a performance apurada do quarteto, mesmo que não cheguem a apontar novos rumos. Quero deixar bem claro que tal linearidade não significa necessariamente algo a ser reparado ou repensado; não é este o caso! Pelo contrário, até evidencia que o amadurecimento traz ao mesmo tempo a coerência como atributo do caminho percorrido.
Boa Sacada
São onze faixas e mais duas faixas bônus. A primeira, que abre o disco, ‘Ilusionismo’ (existe clipe no YouTube), tem na introdução apenas quatro compassos de um piano solo, executado por Dinho Zampier, que, de tão lúdico e fugaz, deixa um gostinho de quero mais. O bom é que no fim do disco nos é ofertada na íntegra, em uma versão acústica, onde o piano comanda toda a base harmônica. A outra faixa bônus também é uma versão acústica da faixa três, ‘Revoluções’, que tem as participações simultâneas dos músicos convidados para este álbum: Bruno Tenório (violino), o onipresente Dinho Zampier (teclados) e a delicada e talentosa Miran Abs (violoncelo). Vale ressaltar, que foi uma boa sacada criar faixas acústicas com a participação dos músicos convidados. Não apenas pelo valor agregado que esses músicos conferiram ao trabalho da Dharma, mas, especialmente, pela possibilidade de outra leitura para músicas que demonstraram sua força estética pelo viés minimalista dos arranjos acústicos.

O álbum, como um todo, revela uma preocupação evidente com o acabamento. A começar pelo belo trabalho fotográfico e projeto gráfico assinados, respectivamente, por Junior Lima e Bruno Clériston. O encarte tem fotos e montagens muito interessantes, com uma atmosfera do realismo fantástico, sempre tendo o céu como pano de fundo, em suas diversas nuances de formas e cores. Além disso, contém todas as informações necessárias a alguém como eu, que gosta de vasculhar cada detalhe, porque entende que tem nas mãos um projeto minimamente pensado, elaborado e concluído. Muito diferente dos retalhos avulsos, comumente encontrados no streaming das plataformas digitais. Tudo isso, não pode e nem deve ser irrelevante ao crítico ou fruidor atento e ciente da faina e do denodo implícito a qualquer obra de expressão artística posta em evidência.
Som Orgânico
A formação da Dharma traz Gustavo Guri dividindo os vocais e guitarras com Marcinkus Bandeira, Ricardo Aquino (baixo) e Wendell Lima (bateria). São esses os caras que, em ‘A Cor do Céu Mudou’, abordam, entre outros temas, o fanatismo de um modo geral, a esperança de um mundo melhor e algumas questões com frases do tipo: “Onde estão os mitos que eu criei? / Onde estão os vícios que eu deixei?”. São eles que trazem influências do rock alternativo, do grunge e do heavy metal, para esse trabalho. Embora usem uma língua morta (sânscrito), para dar nome ao amálgama do rock que os uniu, certamente fizeram-no porque sabem que Dharma significa, literalmente, “aquilo que sustenta, que mantém.” Ou seja, é a força régia da existência, a essência verdadeira do que vive, a própria verdade. Por isso, o som da Dharma soa orgânico, em tempos de colagens e músicas processadas ao paroxismo da mediocridade.
É claro que isso traz significados que balizam a vida humana e o devir pessoal. Se para tanto foi necessário um recolhimento de mais de uma década, afim de que pudessem chegar ao resultado encontrado em ‘A Cor do Céu Mudou’, é porque assim como o significado profundo do termo Dharma não está nas palavras, mas na experiência, na observação verdadeira e na compreensão, também o significado do rock feito pela banda passa pelos conceitos de suas letras quase oníricas, pelo som com a força de suas ideias musicais e, porque, se o universo rock fosse um rio, o fluxo desse rio seria Dharma.
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SERVIÇO:
A Cor do Céu Mudou, Dharma
Disco físico: à venda no site bandadharma.com.br
Plataformas digitais: Spotify, Deezer e Google Play
Quem sabe?
25 de agosto de 2023 10:04 por Mácleim Carneiro
O Dimas, que agora cuida do acervo do MISA e é pesquisador e colecionador da música produzida por artistas alagoanos, estava com essas fitas VHS (fotos) para tentar digitalizá-las. Não foi possível e ontem recebi de volta.
São fitas que guardam registros imagéticos de alguns shows e entrevistas que realizei ao final dos anos 1990.
São importantes para mim, não apenas porque fazem parte do meu acervo pessoal, mas, e sobretudo, porque têm registros de uma época e de artistas importantes para a construção da história da nossa cena cultural.
Nelas, constam entrevistas antológicas como, por exemplo, a primeira entrevista do saudoso mestre Nelson da Rabeca para uma TV de Alagoas. Tem ainda a extinta e icônica banda Living In The Shit, a banda Mopho, no seu início de carreira, o grupo vocal Trupe Acorda Voz, o grupo Chorinho Novo, ambos extintos, além de artistas como a nossa Diva Leureny Barbosa, Na Ozzeti, Celso Fonseca, Yuri Popoff, grupo Pau Brasil…
Os shows são três e antológicos, para mim. O show Sal da Terra, da época em que o Ricardo Mota era artista, o show que fiz no Montreaux Jazz Café, no Festival de Montreaux, e também o show no projeto Misa Acústico, em 2004.
Portanto, quem puder me ajudar e indicar alguém que possa digitalizar esse pequeno acervo, antes que o tempo o apague, por favor, me ajude!
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De volta

Sinto-me em casa, de volta, quando tenho a possibilidade de estar com pessoas queridas e admiradas por mim, no palco e na plateia. Dessa forma, será sempre confortável e prazeroso doar o melhor da nossa capacidade profissional e afetiva e perceber que a conjunção desses fatores resulta em momentos únicos e especiais. Tudo alinhavado pela música!
Para mim, foi o que aconteceu na semana passada, no Café do Sobrado, fazendo uma participação no show do Clube do Jazz, com os meus irmãos apolíneos, Alyson Paz, Dinho Zampier, Everaldo Borges, Félix Baigon e o holandês mais brasileiro e querido que eu conheço, Olaf Keus.
Tenho muito a agradecer a todos e todas que, direta ou indiretamente, participaram do que ali foi realizado. A cada uma das pessoas que lá estiveram, trabalhando ou fruindo o show, deixo o meu carinho especial e a certeza de que a música e seus atores são apenas um dos lados da moeda, pois, sem o todo coletivo, não teria a plenitude da magia que nos enleva.
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O BREJO!
1 de agosto de 2023 3:11 por Mácleim Carneiro
Certa vez, lendo a ótima matéria ‘O Radical’, sobre o diretor teatral Roberto Alvim, encontrei a seguinte afirmação dele, com a qual concordo plenamente: “A função da crítica é formar conceitos. Que conceitos ela cria hoje? Eles dizem: ‘A peça é incrível, tem um humor cáustico, fulano está muito bem em cena.’ Isso é só valoração, adjetivação. Sem criação de conceitos, uma arte não evolui.”
Pois bem, tenho a impressão de que a banda Mopho, desde o seu nascimento e ao longo dos seus 27 anos de carreira, foi a banda local mais rotulada com as modinhas jornalísticas da vez, travestidas de epítetos que rotulavam o seu trabalho como retrô, rock progressivo, psicodélico e coisas do gênero. Portanto, a Mopho já foi rotulada em demasia! E, sinceramente, apesar de concordar com a afirmação de que sem criação de conceitos, uma arte não evolui, não foi por aderência lógica e conceitual que a Mopho evoluiu até chegar ao seu quarto álbum, ‘Brejo’, lançado em 2017.
Álbum Intimista
Ocorre que o título ‘Brejo’, por si só, parece encharcado de conceitos ou, no mínimo, sugere alguma reflexão conceitual. Basta uma simples pesquisa para sabermos que, por definição, brejo “é o terreno alagado, de consistência amolecida, com seres vivos adaptados ao meio.” Mas também encontraremos no Dicionário de Aurélio Buarque de Holanda, que “brejo é sinônimo de pântano, terreno sáfaro, agreste, onde só medram urzes.” Por isso, a melhor definição conceitual do nome Brejo, para este novo trabalho da Mopho, é mesmo a que um dos dois únicos remanescentes da formação original da banda, João Paulo, formulou: “A palavra tem uma sonoridade simples, uma grafia curta, e remete à questão do Nordeste, do interior, o lance dos brejos. Tem sonoridade.” E com o perdão do trocadilho, quem, literalmente, já foi para o brejo, sabe da delícia que é a sonoridade quase sinfônica do coaxar dos cantores do alagadiço, com sua musicalidade “brejeira” e magneticamente orquestrada.
O fato é, que, à época do lançamento e aos poucos, os próprios componentes da banda foram conceituando este álbum. O tecladista Dinho Zampier afirmou: “Ele tem uma composição mais rebuscada. Diferencia bastante dos outros discos, na questão dos arranjos, como a gente gravou. É um disco muito ímpar para quem conhece nosso trabalho.” Provavelmente, ainda nessa linha de conceituação, foi o próprio João Paulo quem bateu o martelo dessa questão e declarou: “É muito mais um álbum meu, enquanto guitarrista e vocalista do Mopho, do que essencialmente um álbum coletivo.” Ele se referia ao fato de, sob sua ótica, ser um álbum intimista, onde todas as músicas são de sua autoria, com algumas parcerias. Além disso, de alguma maneira, Brejo parece ser uma espécie de releitura comemorativa a tudo o que a banda já havia gravado até então.
Referências Inevitáveis
Quantitativamente conciso – são apenas oito faixas –, Brejo faz com que sua audição flua sem dificuldade e com uma rapidez que induz ao impulso imediato de apertar o play novamente e voltar tudo ao começo, para refluir as nuances que vão, naturalmente, se revelando a cada nova audição. Desde a 1ª faixa: ‘Deus Está Nu’, até a última: ‘Brejo’ – instrumental que dá nome ao disco –, as referências são inevitáveis e vão dos Phoslha, passando pelos Beatles, Jefferson Airplane, Mutantes, até a mais nonsense baladinha cuba libre, do auge da Jovem Guarda. É uma viagem que, em algum momento, nos remete a algo sensorial e inerente à sensibilidade humana. Brejo oferece o bilhete verde, para qualquer geração embarcar rumo à criatividade mimética, que só a Mopho e a vida sonora dos brejos proporcionam.
A partir deste álbum, a frase “foi para o brejo” terá outro significado. Será sinônimo de coisa boa, de que nada foi perdido, de que a boa música nos redime e ainda podemos ter fé no que virá. Então, que venha novas possibilidades, com a musicalidade característica de quem foi pra o Brejo e voltou feliz.
No +, MÚSICABOAEMSUAVIDA!!!
SERVIÇO:
BREJO
Disco físico: Esgotado
Plataformas digitais: Spotify, Deezer e no canal da banda no Youtube
Evoé Zé!
7 de julho de 2023 5:58 por Mácleim Carneiro
Às vezes, a morte nos é apresentada de maneira absolutamente estúpida. Quando é assim, o sentimento da perda torna-se ainda maior. É o caso do visionário e revolucionário dramaturgo Zé Celso Martinez.
Porém, entre tantas lições de liberdade, lutas democráticas e genialidades teatrais, ele nos deixou um legado, cuja longevidade fala por si.
A Cia Teatro Oficina tem a minha idade, portanto, 65 anos em atividade. E dela Zé Celso jamais sairá de cena.
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Hibridismo em Aluê
4 de julho de 2023 4:58 por Mácleim Carneiro

Se você procurar o significado da palavra ‘aluê’ em dicionários ou no quase infalível Google, no máximo chegará à palavra ‘aluá’, que é uma bebida feita da casca do abacaxi. Se tiver a pachorra de insistir na curiosidade, encontrará aluê como nome próprio de uma personagem indígena do romance Léguas da Descoberta, psicografado por Cláudio Guilhon. Porém, se quiser descobrir musicalmente e da melhor maneira possível ao paladar auditivo, saiba que Aluê é o álbum do percussionista brasileiro Airto Moreira, que durante oito anos consecutivos foi eleito o maior percussionista do mundo!
E foi ele mesmo quem tratou de desvendar o mistério etimológico da palavra aluê, ao afirmar que o nome nasceu de uma “viagem psicodélica”, quando estava em uma praia na Califórnia dos anos 1970. “Para mim, aluê significa bom dia e é como o galo cantando de manhã”. Na verdade, a música-título do nosso álbum em questão, vem dessa época e foi gravada pela primeira vez no primeiro disco solo de Airto, ‘Natural Feelings’ (1970). O álbum Aluê, que podemos dizer ser o primeiro disco brasileiro de Airto Moreira, faz uma releitura de discos importantes de sua carreira, com algumas boas novidades inéditas, como: ‘Rosa Negra’; ‘Não Sei Pra Onde’, ‘Mas Vai’ e ‘Guarany’, que encerra o disco. Todas composi- ções do próprio Airto, bem como ‘Misturada’, ‘I’m Fine’, ‘How Are You?’ e ‘Sea Horse’ (José Neto), que receberam nova roupagem para esse trabalho.
Claro, tem ainda a empolgante ‘Aluê’, uma parce- ria do percussionista com sua esposa Flora Purim, além da interessantíssima ‘Lua Flora’ (Flora Purim e José Neto), cantada por Diana Purim, filha do casal de artistas, que ratifica sua genética musical por herança e tem a participação, no pandeiro, de Krishna Booker, casado com Diana e, portanto, genro de Flora e Airto.
Elo Forte
Mas, por que o álbum de um percussionista conhecido no mundo todo, nascido em Santa Catarina e criado no Paraná, que nos anos 60 atuou ao lado de músicos como Hermeto Pascoal e participou do inesquecível Quarteto Novo e, depois, já nos Estados Unidos, onde está radicado até hoje, Integrou o grupo do trompetista Miles Davis, com quem gravou o álbum ‘Bitches Brew’, e nos anos 70 tocou e gravou com o grupo Return to Forever, de Chick Corea, com quem voltou a atuar novamente em 2007, para lançar o álbum The Boston Three Party, foi escolhido para ser apresentado nesse espaço que, essencialmente, foi pensado para resenhas sobre discos físicos lançados por artista da cena aquariana?
Pois bem, a resposta é que nesse trabalho temos um elo fortíssimo! Forte o bastante para ter dado origem a esse álbum e assinar as baterias (exceto no tema Aluê), a edição de áudio, mixagem e produção. Esse elo tem nome, chama-se Carlos Ezequiel, um músico alagoano, baterista e, como é de praxe em casos umbilicais, ainda pouco conhecido em nosso aquário, como, de resto, são as pérolas da musicalidade caeté. Aliás, o próprio Airto definiu o nosso conterrâneo dessa maneira: “O Carlos Ezequiel conhece minha música a fundo. Além de tocar música brasileira, tem bom conhecimento de jazz.”
Hibridismo
O lançamento de Aluê aconteceu em 2017 e teve a ver com as comemorações dos 50 anos de carreira de Airto Moreira. Trata-se de um disco híbrido por natureza, onde o fruidor vai encontrar desde os temas instrumentais melódicos, passando por outros, onde o canto se faz presente e ecoa letras resumidas e poeticamente precisas, até chegar ao puro experimentalismo, típico dos percussionis- tas criativos, do naipe de Airto Moreira.
Gravado em único take, nos moldes dos discos instrumentais viscerais, Aluê uniu, na mesma intensidade, músicos como o guitarrista José Neto, parceiro há mais de 30 anos do Airto, e outros que foram agregados a esse trabalho, como o grande contrabaixista Sizão Machado, dono de uma imensa versatilidade musical! Outro músico da pesada é o saxofonista e flautista Vitor Alcân- tara, também indicado pelo Carlos Ezequiel, que se encaixou perfeitamente ao som e ao estilo da música de Airto Moreira, além do pianista e tecladista Fábio Leandro, com contribuições de destaque em solos maravilhosos! Evidentemente, tem ainda o nosso Carlos Ezequiel (Carlinhos), que assumiu as baquetas em sete das oito faixas do álbum. E, claro, como cereja do bolo, Diana Purim nos arranjos vocais, cantando com toda a sensibilidade musical que Flora e Airto lhe passa- ram, com uma pitadinha de ajuda dos deuses apolíneos, certamente.
O fato é que o tema ‘Aluê’ (Airto Moreira e Flora Purim) abre o álbum com a força que só um baião tem e define a tônica e o conceito do disco, num prenúncio do que ouviremos em termos de ritmos, instrumentos e vozes. Dá as boas-vindas ao ouvinte sem esconder o jogo, cujo placar se altera a cada compasso, onde Vitor Alcântara mostra suas habilidades no manejo do soprano, no que é seguido, na mesma medida, por Fábio Leandro, nas inúmeras possibilidades pianísticas. Ambos, em solos inspirados, traduzem e apon- tam os caminhos e portais que se abrirão para a riqueza do universo musical de Airto Moreira, ao longo da viagem proposta em Aluê, como o alvore- cer de um novo dia para a música instrumental brasileira.
SERVIÇO
Aluê, Airto Moreira
Disco físico: à venda em todas as lojas do SESC e Livraria Cultura
Preço: R$ 19,90
Plataformas digitais: Spotify, Itunes, Deezer, Itunes, Soundcloud, YouTube
Estrela cor de areia
17 de junho de 2023 10:50 por Mácleim Carneiro
Quero pedir licença aos nossos 14 leitores, que prestigiam às nossas resenhas quinzenais, aqui na Depois do Play, para pôr no papel um pouco do que, mais do que nunca, permanecerá vivo em minhas memórias, no meu coração e, sobretudo, no que o cérebro entende e elabora como saudade da vivência adquirida. É claro, todo esse contexto tem a ver com o meu amigo e parceiro querido Carlos Moura, que nos deixou fora do combinado, justo nesse mês das quadras juninas, cujas festas e músicas são tão caras e identitárias da sua atuação e fazeres artísticos.
Tico e Teco, meus dois únicos e rebeldes neurônios, são péssimos em datas e lembranças pretéritas. Sempre me traem e me deixam a ver navios, principalmente, quando são solicitados a trabalhar e cumprirem suas funções. Portanto, não lembro quando exatamente, nem onde tive o primeiro contato pessoal com o Carlos Moura, que doravante chamarei de Carlinhos, como sempre o tratei carinhosamente. Não sei se foi no aquário ou já no Rio de Janeiro, onde morávamos. O fato é que lembro bem dele como o artista, o compositor que eu admirava e que suas canções chegavam até a mim bem antes de conhecê-lo pessoalmente.
Siri Na Lata
Com absoluta certeza, posso contextualizar a consolidação da nossa amizade na cena do Rio, no começo dos anos 1980. O Carlinhos, desde o início, sempre foi muito afetuoso e generoso para comigo. Sua carreira estava em ascensão na mídia nacional, sobretudo, no Rio de Janeiro, onde ele tinha espaço para divulgação dos seus shows nos principais veículos de comunicação, inclusive a TV Globo. Foi nesse contexto que, generosamente, ele me convidou para abrir alguns shows seus em casas noturnas. Para mim, ainda jovem e imaturo, tentando encontrar algum espaço para a minha música na cidade maravilhosa, foram experiências inesquecíveis de aprendizados e exercício da minha mais absoluta gratidão!
Dessa época, lembro-me de um episódio, no qual eu estava presente e que revelou muito do Carlos Moura fiel aos seus e orgulhoso da sua origem. Pois bem, fui abrir o seu show em uma badalada casa na Barra da Tijuca, estava superlotada e com gente saindo pelo ladrão. Portanto, o cachê daquele show deveria ser compatível à lotação da casa. No entanto, na hora do acerto de contas, o proprietário apresentou um valor completamente desproporcional ao que todos sabíamos ser o valor justo e condizente com a realidade. Ao ser questionado pela Bebel – que naquela ocasião era a empresária do Carlinhos, além de sua esposa –, o sujeito foi arrogante e ainda a destratou. Na mesma hora, o que vi foi o cara, de comportamento sempre doce e amigável, quase zen, virar um siri na lata e dizer:” você está pensando o quê? Eu sou de Palmeira dos Índios! Ato contínuo, aplicou um golpe de capoeira nos peitos do gaúcho de quase dois metros de altura. O tempo fechou e eu pensei que iríamos levar uma surra das grandes. Acontece que os seguranças da casa haviam presenciado todo o imbróglio e perceberam que estávamos sendo roubados. Daí, milagrosamente, fomos protegidos por eles e conseguimos sair do local ilesos e em segurança.
Carisma e Dom
Nessa mesma época, tive a honra e o prazer de participar das gravações do single duplo ‘Estrela Cor de Areia’, no Rancho Estúdio, no Rio de Janeiro, com a rapaziada da Cor do Som, os nossos conterrâneos Beto Batera e Téo Lima e alguns músicos da banda do Alceu Valença. Digo isso, porque, certamente, pelo carisma do Carlinhos, todos participaram sem receber cachê, pela livre e espontânea vontade de dar uma força a ele que, à época, precisava ter algo novo no mercado, para continuar trabalhando e fazendo shows. Aliás, o Carlinhos além do dom e talento musical, tinha também o dom de conquistar amizades e despertar admiração pela sua música e pessoa. Seu jeito simples de ser, quase introspectivo, de poucas palavras e gestos contidos, tinha no olhar expressivo a singularidade de falar mais que mil palavras!
Tempos depois, já aqui no aquário, tive a sorte e felicidade de assinar a produção musical dos seus dois últimos álbuns: ‘Carlos Moura Acústico’, onde ele me presenteou com a gravação de ‘Internet Coco’, e o álbum ‘Quebrando o Coco’, com releituras dos seus grandes sucessos, numa pegada regional, característica das festas juninas. Mais uma vez, ele foi generoso e gravou ‘Baião do Coração’, de minha autoria.
Legados
Carlos Moura nos deixou justo no mês onde se sentia mais à vontade em ocupar os palcos e encantar o público, que sabia acolher sua música regional, porém, de alcance ilimitado, pois acessa facilmente nossa emoção e o aconchego dos corações que impulsionam a alma. Deixou-nos, também, joias raras do cancioneiro popular, prenhas das raízes nordestinas, de onde ele extraia sua essência e tecia melodias que o transformaram num trovador moderno, um cantador singular, de memoráveis canções, que ecoarão eternas no panteão dos ungidos pelos deuses apolíneos. Franz Kafka escreveu: “Tudo que você ama, você eventualmente perderá, mas, no fim, o amor retornará de uma forma diferente.” Agora, o meu querido amigo tornou-se uma estrela cor de areia!
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Os pianos envelhecem
15 de junho de 2023 3:45 por Mácleim Carneiro
Eu sei como é incomodo e desconfortável, para qualquer músico – e até para ouvintes mais exigentes –, tocar em um instrumento desafinado.
Então, imagine como deve ter sido para um músico fora da curva, como o maestro Cristovão Bastos, que tem ouvido absoluto.
Pois foi o que aconteceu no show em comemoração ao Dia Internacional do Jazz, no Teatro Deodoro.
O fato é que a Diteal tem quatro pianos e nenhum deles afina mais.
Diante da situação, o maestro foi extremamente compreensivo e disse que os pianos são instrumentos que têm prazo de validade; têm um limite de idade útil.
O governo do Estado, a Diteal, precisa investir na compra de novos pianos, pois são equipamentos imprescindíveis e de extrema importância para todo o complexo Deodoro.
Além disso, são fundamentais para o conforto técnico dos músicos e do público, e não serão mais empecilho, para que grandes concertistas deixem de se apresentar no aquário.
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Valentine’s Day
12 de junho de 2023 10:55 por Mácleim Carneiro
A conquista de uma namorada ou namorado depende de uma infinidade de questões e contextos, que vão desde uma unha encravada até ao merecimento cristão-religioso.
Assim, algumas pessoas nascem, crescem, não reproduzem e morrem sem ter experimentado esse gostinho.
Aliás, essa questão, mesmo que por outro enfoque, é longeva e tem origem, provavelmente, na antiga festa romana de Lupercalia.
Os romanos convidaram um de seus deuses, Lupercus, para manter os lobos afastados. Por isso, um festival era oferecido para a honra de Lupercus.
No inicio do festival de Lupercalia os nomes das meninas romanas eram escritos em pedaços de papel e colocados em frascos. Cada homem escolhia um papel. A menina cujo nome era escolhido devia ser sua namorada durante aquele ano.
Digamos que, em tempos mais recentes, quando o cristianismo era uma religião de fraldas, o imperador Claudius II ordenou que os soldados romanos não se casassem.
Claudius acreditava que, como homens casados, seus soldados iriam permanecer em casa, com suas famílias, ao invés de lutar nas guerras.
Até que fazia sentido. Quem, a não ser os americanos, russos e israelenses, trocaria o conforto do lar e uma mulher carinhosa por uma guerra?
Quando tudo parecia perdido, alguém foi contra a ordem do imperador.
Sim, só poderia ter sido um padre visionário.
O esperto padre Valentine casava secretamente os jovens, pois, malandro que era, entre outras coisas, já antevia os lucros que a igreja obteria, ao longo dos séculos, com a instituição do casamento e toda sua cadeia lucrativa.
Ah, não podemos esquecer que o padre Valentine foi preso, condenado à morte e executado justo no dia do feriado de Lupercalia.
Assim, em homenagem ao nosso bom padre Valentine, o feriado transformou-se no Valentine’s Day, que, aqui no Brasil, é comemorado como o Dia dos Namorados.
Para os que pretendem se casar, não pense que o desfecho dessa história foi tão trágico como parece.
Após a sua morte, o padre Valentine foi promovido a santo.
Portanto, a moral da história é a seguinte: case-se e torne-se um santo(a), nem que seja em homenagem ao padre!
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Os bons estão partindo
7 de junho de 2023 3:19 por Mácleim Carneiro

Acabei de ler de um amigo, também chamado Carlos: “É foda quando o nosso mundo vai morrendo antes da gente.”
Cheguei a uma quadra da vida em que começo a perceber isso claramente e com mais frequência.
Carlos Moura, carinhosamente Carlinhos, fazia parte do meu mundo! Não apenas musical, mas, sobretudo, afetivo.
Admiração, carinho e respeito pavimentaram nossa parceria de amizade e profissional (produzi alguns dos seus últimos álbuns, fizemos músicas em parceria e ele gravou Internet Coco e Baião do Coração).
Quando o inexorável acontece em conluio com o inesperado, não é só surpreendente, é também o início de uma dor que se transmuta em saudade.
Tive a honra de ser um aprendiz e amigo de um grande artista brasileiro, ao qual Alagoas nunca retribuiu à altura do merecimento o que ele lhe ofertou.
Siga em paz meu amigo querido, seu legado será eterno!
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Felicidade Partilhada (Parte VIII)
30 de maio de 2023 2:20 por Mácleim Carneiro

Finalizando o mês e também essas postagens, com opiniões sobre o H’CORDAS, reafirmo o meu mais profundo e eterno obrigado à generosidade dos que encontraram um tempinho para a audição desse álbum e, depois, fizeram a gentileza de me enviar os seus comentários.
Esse tipo de retorno é cada vez mais raro. Portanto, foi com muita honra que decidi partilhá-los com os nossos 14 leitores, porque, além do prazer em fazê-lo, entendo que um álbum novo é onde tudo começa e nada termina!
“Álbum lindo! Gratidão por tanta sensibilidade e amorosidade num trabalho maravilhoso de ouvir. Meus ouvidos, minha alma, agradecem.
Ana Fábia (Professora e Taróloga)
“Bom dia, mestre. Que disco!!! Terceira audição. Muito massa os arranjos, as cordas, as letras e a voz. Muito bom! E a batera do Bala, putz!”
Bruno Ita (Compositor)
“Do caralhoooooo! Parabéns! Foda! Todas são lindas, especialmente Amsterdam, que tem a sua cara, lá dos anos 80. Quem é o “mizerávi” que fez as cordas? Kkk. Muito bom cara, espero que tenha o devido reconhecimento da mídia.”
Zé Barros (Músico)
“Não é nenhuma “rasgação” de seda elogiar o seu CD que, assim como os demais, traz, além de músicas muito boas, arranjos incríveis, bem elaborados, sem excessos e não sendo cansativos. Pelo contrário, cada vez que ouço descubro detalhes que ainda não havia percebido. Para mim, é um aprendizado eterno e agradável.”
Zé Milton (Compositor e Médico)
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Yamandu solo
18 de maio de 2023 11:47 por Mácleim Carneiro
Por uma daquelas absolutas coincidências, ontem, estava eu no aeroporto de Montreal, quando vi um case de violão num carrinho e, depois, percebi que o dono do violão era o grande Yamandu Costa.
O interessante é que ele estava só, tomando o seu café, sem staff, sem seguer um produtor. Difícil de acreditar, para um artista do tamanho dele.
Criei coragem, fui até ele (fotos), e assim fiquei sabendo que amanhã (sexta-feira) ele fará um show em Sherbrooke e no sábado em Quebec, aqui no Canadá.
Ele está em turnê e ainda irá para o México, França, Espanha, Sérvia e Mônaco.
Ah, quando eu falei que era de Maceió, ele abriu um sorriso e disse que já havia morado no aquário. Desejei merda para os shows, agradeci a gentileza e ele saiu do café para a área externa do aeroporto, num friozinho de 3 graus, certamente, para esperar quem deveria lhe esperar.
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Felicidade partilhada (Parte VII)
11 de maio de 2023 12:04 por Mácleim Carneiro

No dia 11 de maio de 1502, Cristovam Colombo partiu de Cádis em sua última viagem às Américas. Pois bem, na data de hoje, pela penúltima vez, reafirmo o meu mais profundo obrigado à gentileza e generosidade dos que ouviram o H’CORDAS e expuseram suas opiniões e pontos de vista.
Então, o que tem a ver com Cristovam Colombo? Absolutamente nada, além do prazer dessa nova viagem, porque um álbum novo é onde tudo começa e nada termina!
“Acabei de ouvir os 48 minutos de música, as 12 faixas, e o que eu posso falar é no atacado. Eu não fui faixa a faixa, fui para o prazer simplesmente de ouvir. Mas achei uma coisa leve, fluída e me agradou bastante. Acho os arranjos muito sofisticados, muitos deles perto do jazz mesmo, do jazz que eu gosto. No geral, me causou uma ótima impressão, me deu muito prazer ouvir no todo. Gostei, viu cara!”
Sidney Wanderley (Poeta)
“Genteeee… que projeto incrível! Só feras! A capa está linda, mas tô falando é desse povo maravilhoso que você reuniu.”
Silvana Valença (Jornalista)
“Roubo um tempo do meu raciocínio para falar das poesias, dos sons do H’CORDAS, que é muito lindo, todo ele. No entanto, as que mais giram na minha cabeça são ‘Leveza’, ‘Nisso Tem Luar’ e ‘Sorriso do Umbigo’. Parabéns Mácleim! Que tenhas um ano repleto de inspirações divinas, como este disco.”
Sílvia Nazário (Cantora)
“Cara, os timbres estão d+. Poesia, harmonia. É um disco pra sentar e ouvir na íntegra, se misturando com ele, meio que viajando nas coisas. Enfim, ainda vai demorar pra lhe dizer o tanto que gostei desse trampo. Disco lindo d+ da conta e preciso de tempo pra viajar ainda mais em tudo. Obrigado por esse presente!
Wilson Silva (Batera da Gato Negro)
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Tatoo da vida
10 de maio de 2023 11:45 por Mácleim Carneiro
Certa vez, lá nos idos dos anos 1980, fui ao Parque Ibirapuera assistir aos shows em comemoração ao aniversário de São Paulo. Um deles era o show da Rita Lee. Foi uma tarde-noite com vários artistas importantes, porém, até hoje, só o show dela trago vivo na memória.
Tempos depois, já morando em São Paulo, todos os dias eu ia me exercitar no Ibirapuera. Quando eu passava pelo local onde havia sido montado o enorme palco do show, só e somente só a Rita Lee me aparecia, como uma fada, pairando sobre cada detalhe daquele momento inesquecível.
Particularmente, ela me fez compreender que músicas inteligentes também podem ser populares, que a irreverência libertária, em atos e pensamentos, jamais rimará com hipocrisia e, sobretudo, que a morte nunca terá o significado do fim, para artistas do tamanho de uma Rita Lee.
Meu intenso obrigado!!!
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Felicidade partilhada (Parte VI)
6 de maio de 2023 2:11 por Mácleim Carneiro

No Dia da Matemática, cartesianamente, eu reafirmo o meu mais profundo obrigado à gentileza e generosidade dos que ouviram o H’CORDAS e expuseram as suas opiniões e pontos de vista.
Então, partilhá-los é um grande prazer, porque um álbum novo é onde tudo começa e nada termina!
“Estou na segunda audição do seu álbum H’Cordas. Rapaz, o tema bem que poderia ser sofisticação. Um presente para os apreciadores da música de qualidade. Parabéns para você, mas o presente é nosso.”
Marquinhos (Compositor/Cantor)
“Ouvi de cabo a rabo. Primeiro escrevi um textão, e fui enxugando até a síntese. Maturidade… Maturidade é dádiva divina para aqueles que a atingem. Obrigado por compartilhar sua criação com este amigo que tanto lhe admira!”
Nelson Braga (Arquiteto e Compositor)
“Amei ‘Canais e Lagoas’! Me senti navegando na Lagoa. Mácleim, vou te dizer: esse teu som puxado pro jazz é bom demais! Você é um músico e tanto. Obrigado por traduzir Alagoas através da música.”
Paula Lopes (Advogada)
“Ontem dediquei um tempo para ouvi-lo e confesso que foi um momento maravilhoso, que me trouxe um misto de emoções muito positivas. Claro que, conhecendo o seu trabalho, não fiquei surpresa pela beleza de suas canções, mas me peguei cantarolando trechos (ainda pouco decorados) ao longo do dia de ontem, e hoje suas músicas foram as primeiras que vieram à minha mente ao amanhecer.”
Sidneia Tavares (Jornalista)
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Felicidade partilhada (Parte V)
4 de maio de 2023 3:35 por Mácleim Carneiro

Um tantinho mais da gentileza e generosidade dos que dedicaram um tempinho à audição do H’CORDAS e, depois, presentearam-me com retornos espontâneos. Permitam-me, então, partilhar mais alguns comentários, porque um álbum novo é onde tudo começa e nada termina.
“Querido Mácleim, saiba que mais essa perola da sua lavra já compõe a minha playlist. Cara, admiro muito sua eterna sofisticação. Tudo que você faz é muito bem processado, burilado. Sempre muita qualidade musical. Biscoito finíssimo!”
Lelo Macena (Músico e Jornalista)
“Estou encantada com a primeira audição, mas preciso ouvir mais, realmente degustar. Não senti aquela estranheza característica de quando escuto um disco pela primeira vez. Eu sinto quase sempre e é uma grande surpresa quando não sinto. Os arranjos são brilhantes e as letras me contam histórias de amor..”
Lene (Compositora)
“Estou escutando seu disco com ouvido minucioso e atenção redobrada, como tudo aquilo que é bom merece. Muito bom o seu disco, a coroação de um talento, onde letras e melodias, nos arranjos singulares, se entrosam da forma mais artística possível. Meus parabéns!”
Marcos Farias (Escritor e Poeta)
“Tenho ouvido seu novo trabalho pelo Spotify. Arranjos, letras e sua interpretação estão excelentes. Que auxílio luxuoso foi esse, hein? Com ‘Canais e Lagoas’ você coloca mais uma canção no rol das mais significativas, naquilo que poderia ser a construção do chamado imaginário alagoano.”
Marcos Sampaio (Marcão)
Foto: Arte de Pedro Cabral, (Almir Medeiros, Eduardo Morelembaum e Billy Magno) para o encarte do H’CORDAS.
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