quinta-feira 24 de outubro de 2024

Apenas 13 a cada 100 habitantes do Nordeste têm plano de saúde

Maranhão é o estado com menor quantitativo proporcional da região
Reprodução

Por Gabriel Mileno e Graziela França, da Agência Tatu

Conforme a Lei Nº 9.656, os planos de saúde oferecem assistência privada, cobrindo custos assistenciais em saúde para aqueles que pagam pelo serviço. Entretanto, para algumas pessoas, a alta mensalidade, demora no atendimento e dificuldade no acesso a assistências específicas são obstáculos significativos à obtenção desses planos. No Brasil, com mais de 200 milhões de habitantes, apenas 25 a cada 100 têm acesso a plano de saúde. Essa proporção diminui ainda mais no Nordeste, onde 13 a cada 100 habitantes têm acesso.

A cobertura de pessoas com plano de saúde inclui mais de 7 milhões de nordestinos, enquanto os outros 47 milhões dependem exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS) ou realizam atendimento médico privado integral.

A Agência Tatu analisou os dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e identificou  que, na região, a maioria dos beneficiários, mais de 4 milhões dos 7 milhões totais, está vinculada a planos coletivos empresariais. Os demais estão distribuídos entre modalidades familiar, individual e coletiva por adesão.

Entre os estados, o Maranhão apresenta o menor percentual de cobertura, com apenas 7 a cada 100 habitantes tendo algum tipo de plano de saúde. Em contraste, o Rio Grande do Norte lidera em termos de acesso, com mais de 18 beneficiários por 100 habitantes. Outros estados da região registram entre 11 e 15 beneficiários a cada 100 habitantes.

No Nordeste, apenas 13 a cada 100 habitantes possuem planos de saúde, superando apenas a região Norte, que conta com 10 beneficiários por 100. O Sudeste ocupa a liderança, com 36 a cada 100 habitantes, seguido pelo Sul com 24 e o Centro-Oeste com 22.

Dificuldades e serviços precários

Embora muitos clientes das operadoras de plano saúde paguem para ter o serviço, ainda assim encontram dificuldades na hora do atendimento. É o caso de alguns clientes, que preferem não ser identificados, mas que passaram por situações de desconforto e de pouca acessibilidade, desde recusas de cirurgias a obstáculos burocráticos para realização de exames.

Um desses clientes estava obeso de grau 2 e, mesmo com o pedido do endocrinologista, além de quatro laudos de psicólogos, cardiologistas, ortopedistas e uma situação hepática grave, o plano recusou a realização da cirurgia bariátrica.

Outro beneficiário, que tem Transtorno do Espectro Autista (TEA), precisava fazer uma avaliação neuropsicológica, que também era coberta pelo plano. Ele relatou que precisou aguardar um ano para poder fazer a consulta e que enfrentou muitas dificuldades no processo, como, por exemplo, falta de profissionais credenciados.

Por outro lado, alguns usuários de planos de saúde relatam experiências boas ou neutras.

O estudante de publicidade e propaganda, João Salvador, que possui contrato de plano de saúde há 20 anos, relata que o seu uso é corriqueiro e o plano o atende bem, mas com algumas ressalvas. “O plano em si é ótimo, porém, o preço da mensalidade sofre muitos reajustes, e, em algumas vezes, tornou-se um custo alto para mim e para minha família”, disse.

No caso de João, ainda houve uma situação em que, após um ano esperando reembolso ou marcação, ele resolveu fazer uma consulta particular, sendo onerado duas vezes para obter atendimento médico.

Já o professor de inglês, Fagner Benjamin, diz não ter críticas ao seu plano de saúde. Ele é cliente há mais de 20 anos e conta com experiências boas. “Desfruto de um acesso notavelmente fácil e rápido aos serviços. Nunca enfrentei solicitações negadas de procedimentos médicos. Minha mãe, que também faz parte do mesmo plano, passou por cirurgias, como retiradas de pedra nos rins, e tudo ocorreu bem”, completa o professor.

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