segunda-feira 21 de outubro de 2024

Oncologista destaca fatores de risco e sinais de alerta para a prevenção ao câncer de mama

Estimativas indicam que até 2025 haverá mais de 73 mil novos diagnósticos de câncer de mama no Brasil
O oncologista clínico Divaldo Alencar | Divulgação

Voltado exclusivamente para a campanha mundial sobre a conscientização e prevenção do câncer de mama, o Outubro Rosa busca alertar a população sobre a importância do diagnóstico precoce da doença, que é a principal causa de morte por câncer em mulheres no Brasil. A descoberta antecipada, além de aumentar as chances de cura, permite um tratamento menos invasivo, com cirurgias menores e, às vezes, sem a necessidade de tratamentos complementares, como a quimioterapia.

Além disso, o objetivo da campanha é quebrar tabus e desmistificar a doença, ao mesmo tempo em que incentiva a busca ativa de mulheres acima de 40 anos ou que já possuam casos semelhantes na família. O assunto se torna ainda mais imprescindível quando a pesquisa “Câncer de Mama no Brasil: Desafios e Direitos”, realizada pela Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec), revela que metade das mulheres entre 40 e 49 anos não realizaram mamografia nos últimos 18 meses, quando o recomendado é o exame anual para essa faixa etária.

No Brasil, essa mobilização é especialmente importante devido à alta incidência de novos casos. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), estima-se que, até 2025, serão registrados 73.610 novos casos de câncer de mama, o que corresponde a uma taxa de 66,54 casos para cada 100 mil mulheres, resultando em aproximadamente 18 mil mortes.

Embora menos frequente, a doença também pode afetar homens, representando cerca de 1% dos casos diagnosticados.

De acordo com o oncologista clínico e coordenador médico da Oncologia e Centro de Terapia Assistida (CTA) da Unimed Maceió, Divaldo Alencar, a prevenção do câncer de mama é essencial e pode ser alcançada através da adoção de hábitos saudáveis, como a prática regular de atividade física, a manutenção de um peso adequado e a abstinência do tabagismo.

Além disso, é fundamental que as mulheres consultem seus médicos e realizem os exames de imagem recomendados, além da mamografia, como a ultrassonografia das mamas.

Fatores de risco

Os principais fatores de risco associados ao câncer de mama incluem questões hormonais, comportamentais, ambientais e hereditárias. A idade é um fator significativo, pois mulheres acima de 50 anos apresentam um risco maior de desenvolver a doença, devido ao acúmulo de exposições ao longo da vida e às alterações naturais do envelhecimento celular.

Há fatores hormonais que merecem destaque, como, por exemplo, ter a primeira menstruação antes dos 12 anos, passar pela menopausa após os 55 anos, nunca ter tido filhos ou ter o primeiro filho depois dos 35 anos, além do uso de hormônios após a menopausa.

Embora existam casos de câncer de mama que são hereditários, eles representam apenas uma pequena fração — menos de 15% — de todos os diagnósticos.

O oncologista Divaldo Alencar alerta sobre os sinais que merecem atenção em relação à saúde das mamas. “Qualquer alteração na forma e simetria das mamas deve ser observada, assim como o aumento de volume ou mudanças na aparência da pele, como uma textura semelhante à casca de laranja”.

Além disso, é importante ficar atento a nódulos ou caroços que possam ser sentidos nas mamas ou nas axilas, independentemente da época do ano. A presença de secreção pelos mamilos também é um sinal de alerta. “Se qualquer um desses sintomas aparecer, a mulher deve procurar uma unidade especializada o quanto antes”, informou.

Paciente da Unimed há mais de 40 anos, a comerciante Ivanilda Teixeira, 59 anos, descobriu uma neoplasia de mama em 2016, após sentir nódulos nos seios durante o autoexame. “Cada abraço recebido pela equipe se tornou um processo de cura, para aquilo que, no primeiro momento, pareceu um atestado de óbito antecipado”. De acordo com ela, durante o momento mais conturbado da sua vida, ter uma equipe dedicada fez toda a diferença, pois não só sua saúde física foi levada em consideração, mas, também, a urgência do apoio emocional.

Além disso, o acompanhamento de fisioterapeutas ajudou Ivanilda a manter a mobilidade e o bem-estar durante a recuperação, enquanto os psicólogos a ajudavam a enfrentar os desafios emocionais da doença. Essa junção possibilita, também, que o paciente oncológico possa ter qualidade de vida durante o tratamento.

Apesar do período turbulento e das incertezas que a doença trouxe, Ivanilda recorda essa fase com serenidade. “Me senti super acolhida, como se estivesse em uma família. Eu adorava estar com essas companhias a cada 21 dias. Nunca precisei passar por mais de uma punção. As enfermeiras têm mãos leves, e minha doutora foi e continua sendo excepcional até hoje”.

A beneficiária ressaltou a importância de reconhecer que, embora haja momentos que não podemos controlar, é essencial não negligenciar a saúde. “Faço minhas revisões anuais e, hoje, estou ótima. A quimioterapia deixa sequelas, mas a resiliência é essencial”, finaliza ela.

Mitos e verdades

Ainda há muitas dúvidas sobre o câncer de mama. Para desmistificar alguns conceitos, o oncologista da Unimed Maceió elencou mitos e verdades mais comuns:

O câncer de mama é sempre hereditário?
Mito. Apenas uma minoria dos cânceres de mama está relacionada a fatores genéticos hereditários, sendo menos de 15% dos casos.

O câncer de mama é causado por desodorantes ou antitranspirantes?
Mito. Não há comprovação científica dessa causalidade.

Mulheres com seios pequenos não podem ter câncer de mama?
Mito. O risco não depende do tamanho das mamas. Inclusive homens, que têm a mama muito menor, também podem ter câncer de mama.

Apenas mulheres mais velhas precisam se preocupar com o câncer de mama?
Mito. O risco realmente é maior após os 50 anos de idade, mas a doença pode ocorrer em idades mais precoces, principalmente nos casos com forte história familiar/genética.

Uma biópsia pode espalhar o câncer?
Mito. A biópsia não traz esse risco.

Por Assessoria

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