18 de julho de 2023 9:22 por Da Redação
O Centro Sportivo Alagoano (CSA), o clube de maior torcida do futebol alagoano, recorreu à Justiça com pedido de Recuperação Judicial. A informação circula desde o início da tarde desta terça-feira, 18, em redes sociais, e diz que o escritório Matos Advogados é responsável pelo pedido.
O motivo seria o acúmulo de dívidas, especialmente aquelas referentes à atividade de futebol profissional masculino. O argumento é que o clube enfrenta séria crise econômico-financeira, com dificuldades de receita para manter os custos da operação (salário de atletas, direitos de imagem, direitos contratuais, passagens, hospedagens, todos os gastos ligados ao futebol profissional).
Na petição, o clube pede a suspensão por 180 dias, prorrogável por igual período, de todas as ações e execuções que enfrenta, inclusive as de natureza arbitral.
A crise, alegam os autores da petição, compreende o período que vai de 2019 a 2022. O pedido de RJ se sustenta na Lei nº 14.193/2021, que trouxe possibilidades para os clubes tratarem seus passivos.
Além dos torcedores, dirigentes e funcionários do CSA foram surpreendidos pela notícia, e questionam a falta de informações, especialmente quanto ao valor total do débito que o Clube tem e quem são os credores.
Para alguns, o pedido de RJ é uma estratégia para desvalorizar a marca CSA e facilitar a transformação do clube em Sociedade Anônima do Futebol (SAF), mudando para o formato de clube-empresa. A mesma legislação que permite o pedido de recuperação judicial, estimula os clubes de futebol a migrarem de associação civil sem fins lucrativos para uma associação empresarial.
Com 35 páginas, o pedido de recuperação judicial do CSA detalha o que levou o clube à essa situação de crise, além de trazer um histórico dos investimentos feitos ao longo do período. Um dos citados é o investimento para construção do Centro de Treinamento (CT), no bairro do Benedito Bentes, em Maceió.
Entretanto, o clube garante que tem ainda “plena capacidade para manter o seu normal funcionamento, a geração de empregos e o recolhimento de tributos”.
O argumento do clube é que o processo de recuperação judicial, pode otimizar seus custos; equacionar o desequilíbrio econômico-financeiro decorrente do endividamento; manter sua função social; preservar os empregos gerados e promover a produção/circulação de riqueza e tributos.